Ucrânia acusa Rússia de usar míssil balístico; quais países têm essa arma?
A Ucrânia acusou a Rússia de lançar um míssil balístico nesta quinta-feira (21), intensificando o alerta global o uso dessa tecnologia, que pode carregar ogivas nucleares, no cenário militar. No mundo, apenas sete nações têm esse tipo de arma em seus arsenais.
O que aconteceu
O armamento é conhecido por seu grande alcance e capacidade de destruição. Ele nunca havia sido empregado diretamente no conflito.
Os ICBMs (mísseis balísticos intercontinentais) são projetados para transportar cargas nucleares ou convencionais a grandes distâncias, normalmente acima de 5.500 km. Eles seguem trajetórias que atravessam as camadas superiores da atmosfera e retornam à superfície terrestre, dificultando a interceptação.
Essa tecnologia é exclusiva de sete países, que mantêm esses arsenais como parte de suas estratégias de dissuasão nuclear.
Quais países têm a arma
Estados Unidos
Os Estados Unidos têm um dos arsenais mais avançados de ICBMs. O Minuteman III opera exclusivamente a partir de silos terrestres. Este míssil tem alcance superior a 9.600 km e pode carregar múltiplas ogivas nucleares com capacidade de reentrada independente (permite que cada ogiva transportada pelo míssil atinja alvos diferentes), como destacado pelo Arms Control Association.
Possibilidade de ataque pelo mar. Os submarinos nucleares da classe Ohio são equipados com mísseis Trident II, que possuem alcance de cerca de 12.000 km e podem transportar até oito ogivas por unidade, conforme relatado pelo Departamento de Defesa dos EUA. Esses mísseis oferecem flexibilidade estratégica, permitindo ataques de praticamente qualquer ponto do oceano.
Rússia
A Rússia mantém o maior e mais diversificado arsenal de ICBMs, com sistemas terrestres e submarinos. Segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, o míssil RS-28 Sarmat, conhecido como Satan 2, pode carregar até 16 ogivas pequenas ou 10 grandes, com alcance de 18.000 km.
Outro destaque é o Avangard, um veículo hipersônico que pode atingir velocidades de até 32.000 km/h. E ainda realizar manobras imprevisíveis, como descrito pelo Ministério da Defesa da Rússia. Além disso, o míssil móvel Yars, com alcance de 10.500 km, oferece flexibilidade e grande poder destrutivo. A força submarina russa inclui mísseis Bulava, transportados por submarinos da classe Borei.
China
A China está expandindo rapidamente seu arsenal nuclear. Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, o míssil balístico DF-41 é o mais avançado do país, com alcance entre 12.000 e 15.000 km e capacidade para transportar até 10 ogivas nucleares independentes. Além disso, a China opera mísseis submarinos JL-2, com alcance de 7.200 km, ampliando suas capacidades de retaliação. Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, o país está investindo em sistemas móveis e subterrâneos para proteger sua força estratégica.
França
O arsenal francês é baseado em submarinos balísticos da classe Triomphant, cada um equipado com mísseis M51. Segundo o Ministério das Forças Armadas da França, esses mísseis podem carregar até seis ogivas nucleares cada e têm alcance de 10.000 km. A França utiliza esse sistema como um componente de sua estratégia de dissuasão, priorizando a capacidade de retaliação em caso de agressão nuclear.
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O Reino Unido utiliza mísseis Trident II, adquiridos dos Estados Unidos, em seus submarinos da classe Vanguard. Esses mísseis têm alcance de até 12.000 km e podem transportar até oito ogivas nucleares. Segundo o Royal United Services Institute, o governo britânico planeja substituir sua frota atual por submarinos da classe Dreadnought até 2030, mantendo sua capacidade de dissuasão no futuro.
Índia
Segundo a Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa da Índia, o Agni-V é o principal míssil balístico de longo alcance do país, com alcance entre 5.000 e 8.000 km. A Índia também está desenvolvendo mísseis submarinos, como o K-4, que tem alcance de 3.500 km e pode ser lançado de plataformas móveis. Esses sistemas refletem a estratégia de dissuasão nuclear indiana, voltada para responder a ameaças regionais.
Coreia do Norte
Relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica indicam que a Coreia do Norte testou mísseis como o Hwasong-15, com alcance estimado de 13.000 km. Apesar das dúvidas sobre a precisão e a confiabilidade, o país continua investindo no desenvolvimento de tecnologias para miniaturizar ogivas nucleares, conforme apontado pelo Instituto para Ciência e Segurança Internacional.
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