Rebeldes sírios tentam derrubar Bashar al-Assad e estão a 20 km da capital
Rebeldes sírios, que tentam tirar o governo Bashar al-Assad, estão a apenas 20 quilômetros da capital Damasco.
O que aconteceu
Radicais já tomaram do governo o controle da província de Daraa, no sul do país. "Estamos a menos de 20 quilômetros da entrada sul da capital Damasco", disse o comandante Hassan Abdel Ghani, da aliança rebelde liderada por um grupo islamista.
A informação foi repassada pelos próprios insurgentes a uma ONG, segundo a agência AFP. Os grupos locais controlam toda a província de Daraa, no sul, informou Rami Abdel Rahman, diretor da ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Daraa foi o berço de uma revolta contra o governo em 2011.
Cerca de 50 mil pessoas foram deslocadas nos últimos dias no noroeste da Síria até o começo deste mês. Os deslocamentos ocorreram após os recentes conflitos entre rebeldes e o governo Bashar al-Assad em meio a uma ofensiva do grupo islamista. A informação é do Ocha (Escritório da ONU para Assuntos Humanitários).
Bashar al-Assad perdeu o controle de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria. O grupo Hayat Tahrir al-Sham, uma antiga filial síria da Al Qaeda, e outras facções rebeldes aliadas "controlam a cidade de Aleppo, com exceção dos bairros controlados pelas forças curdas", disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH. O governo também perdeu o controle da cidade de Hama, no centro do país.
"Dezenas de soldados mortos". O Exército do país reconheceu o ataque rebelde. Em comunicado, afirma que militantes estavam em grande quantidade, oriundos de diversas direções, e que prepara uma contraofensiva.
As forças de Assad, que têm apoio militar considerável da Rússia e do Irã, nunca perderam tantas cidades em tão pouco tempo desde o início, em 2011, da guerra civil, que deixou mais de 500 mil mortos.
Presidência nega fuga
A presidência negou neste sábado (7) os boatos de que Assad teria abandonado Damasco. Autoridades iranianas também reforçaram que o aliado e os familiares dele não fugiram da capital ou do país, informou hoje um membro de comitês de política externa do parlamento iraniano, segundo a Press TV.
Assad "está dando continuidade ao seu trabalho e deveres nacionais e constitucionais na capital", acrescentou a presidência. Já o Ministério da Defesa também rebateu relatos de que forças de segurança do país teriam se retirado da área rural de Damasco diante do avanço de grupos rebeldes. A pasta definiu os relatos como "uma campanha de desinformação destinada a espalhar o pânico".
Defesa ainda acrescentou que o exército sírio mantém sua posição na região e segue nos arredores de Damasco para enfrentar "qualquer agressão terrorista".
Líder rebelde fala em confiança
Abu Mohammed al-Golani, líder do movimento rebelde Hayat Tahrir al-Sham, disse esperar com mais vitórias dos rebeldes. Ele chamou as forças do governo de enfraquecidas e desmoralizadas, em uma entrevista nesta semana ao jornal norte-americano The New York Times.
Jornal apontou que o líder não demonstrou surpresa pelas conquistas dos rebeldes no território diante das forças do governo, que contam com melhores armas e forte apoio internacional, como a Rússia e o Irã.
Para al-Golani, os rebeldes podem conseguir acabar com o regime "brutal e autoritário" de al-Assad. "Esta operação quebrou o inimigo", disse ele sobre a ofensiva dos rebeldes.
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