Trump sugere a divisão da Ucrânia e desafia a Justiça
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Donald Trump disse hoje que conversará amanhã com Vladimir Putin e sugeriu que os dois países já estão discutindo a divisão dos territórios da Ucrânia. Trump usou a palavra "lands", que em inglês significa tanto "terras" como o território de um país.
"Falaremos sobre territórios. Muitos territórios estão muito diferentes do que eram antes da guerra", disse Trump em entrevista a bordo do avião presidencial. "Já discutimos muito sobre isso, por ambos os lados, Ucrânia e Rússia (...) A divisão de certos ativos".
A conversa entre os líderes foi confirmada pelo governo russo e ocorrerá após Vladimir Putin ter imposto uma série de condições para aceitar uma proposta de cessar-fogo de 30 dias apresentada em conjunto pelos governos americano e ucraniano na semana passada.
Atualmente, as forças russas controlam de 10% a 20% do território ucraniano, segundo estimativas de observadores internacionais. Saiba mais.
Trump descumpre ordem judicial
O governo Trump descumpriu a ordem de um juiz federal para suspender a deportação de 261 pessoas com base em uma lei do século 18, usada anteriormente apenas em tempos de guerra.
A norma de 1798, chamada de Lei de Inimigos Externos, foi invocada pelo presidente americano na sexta-feira.
O governo tentou manter a medida em sigilo, aparentemente para evitar contestações, mas a informação acabou vazando no sábado de manhã.
No mesmo dia, à noite, o juiz James E. Boasberg, de Washington DC, ordenou sua suspensão e o retorno de qualquer avião de deportados que já estivesse no ar.
Nesse momento, um avião da força aérea dos EUA estava a caminho de El Salvador, onde os deportados chegaram horas depois e foram presos com base em um acordo entre os dois países.
Segundo o governo americano, os detidos eram, na maioria, venezuelanos e salvadorenhos acusados de pertencer a grupos criminosos.
Dois funcionários graduados da Casa Branca confirmaram ao site de notícias Axios que o avião pousou em El Salvador após o governo ter conhecimento da ordem judicial.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, alegou, em comunicado, que juízes federais não têm autoridade sobre o presidente em "assuntos externos" ou sobre seu direito de expulsar "inimigos externos". Saiba mais.
Rússia retoma Kursk
A Rússia retomou quase todo o território na região de Kursk, que estava ocupado desde agosto por forças ucranianas.
As tropas de Zelensky, que chegaram a dominar uma área de cerca de 500 quilômetros quadrados, estão agora limitadas a uma pequena faixa de terra na fronteira entre os dois países.
A contra-ofensiva russa contou com cerca de 70 mil soldados, incluindo 12 mil norte-coreanos.
O maior revés ucraniano ocorreu na semana passada, quando os russos retomaram a cidade estratégica de Sudzha.
A derrota em Kursk tira de Zelensky uma importante moeda de troca em uma eventual negociação de paz com Putin e ocorre no momento em que Donald Trump pressiona os dois países a chegar a um acordo.
EUA voltam a atacar o Iêmen
Novos ataques americanos à capital do Iêmen, Sanaa, elevaram para 54 hoje o número de mortos desde o início da ofensiva no sábado, afirmou o Ministério da Saúde dos houthis - grupo que controla boa parte do país, incluindo a capital. Segundo o ministério, cinco vítimas eram crianças.
Ontem, o conselheiro de Segurança Nacional americano, Michael Waltz, disse que a ação visava "vários líderes houthis", que foram "eliminados". Waltz também afirmou que os EUA disseram ao Irã que o apoio do país ao houthis "já basta".
Antes, Donald Trump havia ameaçado usar uma "força letal esmagadora", caso o grupo iemenita não suspenda seus ataques a embarcações no Mar Vermelho.
Em resposta aos ataques, os houthis disseram ter lançado mísseis e drones contra um porta-aviões americano na região. Não há informações sobre eventuais danos ou vítimas.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, os houthis já realizaram dezenas de ataques contra Israel e contra embarcações militares e comerciais, de diversos países, no Mar Vermelho.
Apesar de cessar-fogo, Israel mata 15 na Faixa de Gaza
Ataques israelenses mataram pelo menos 15 pessoas na Faixa de Gaza nesse fim de semana, apesar do cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro. Foi o maior número de vítimas fatais desde o início da trégua.
Entre os mortos estão oito colaboradores da Al Khair Foundation, uma entidade de ajuda humanitária com sede em Londres. Eles estavam entre as nove pessoas mortas por um ataque aéreo em Beit Lahiya, no norte do território.
Outras quatro pessoas morreram em ataques separados. Mais dois homens foram assassinados no domingo.
Israel admitiu quase todas as ações, embora não tenha confirmado o número de vítimas. Segundo Israel, os alvos eram integrantes das alas armadas do Hamas e do grupo militante Jihad Islâmica.
133 comentários
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Luiz Carlos da Silva Moreno
Esses senhores, de ideologias imperialistas, ávidos por domínio sobre sobre territórios de outros países, usam do poder bélico que dispõem como forma de pressionar para alcançar seus interesses em solo alheio. Estão criando um novo "eixo do mal" e, com isso, flertam com a possibilidade cada vez maior de um conflito mundial, diante da inevitável e previsível entrada de novos atores que por ora observam e certamente acabarão intervindo. Resta saber quem apertará o botão vermelho!
George Geraldo Bernardino da Silva
Parece que o Trump tem pensamento de Ditador, de autoritário, de quem não considera os direitos dos países que tem recursos, mas não podem se defender militarmente. Não sou a favor de guerras, mas se após a queda da antiga União Soviética, a Ucrânia não tivesse entregado suas armas nucleares a Russia, a pedido da mesma, a conversa seria outra.
Marcos Aurelio Lemos de Brito
Vao dividir a Ucrânia! Cada um com seu naco ! Mesma história da Polônia no pós guerra mundial!