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Exploradores encontram maior abelha viva do mundo: 'É um bulldog voador'

Expedição em ilha da Indonésia encontrou um único exemplar da abelha gigante de Wallace - Clay Bolt/BBC
Expedição em ilha da Indonésia encontrou um único exemplar da abelha gigante de Wallace Imagem: Clay Bolt/BBC

Helen Briggs - BBC News

22/02/2019 09h19

A maior abelha do mundo foi redescoberta por um grupo de cientistas após décadas desaparecida.

O inseto gigante - que chega a medir 6 cm, o tamanho do polegar de um adulto - foi encontrado em uma ilha pouco explorada da Indonésia, no arquipélago das Molucas do Norte.

Após dias de busca, especialistas em vida selvagem acharam uma única fêmea viva da espécie, que foi fotografada e filmada.

Conhecida como a abelha-gigante-de-wallace (Megachile pluto), a espécie recebeu o nome do naturalista e explorador britânico Alfred Russel Wallace, que descobriu a espécie em 1858.

Wallace, que desenvolveu a teoria da evolução em parceria com Charles Darwin, descreveu a abelha como "um inseto grande parecido com uma vespa preta, com mandíbulas imensas como um escaravelho".

abelha gigante de Wallace - Clay Bolt/BBC - Clay Bolt/BBC
Eli Wyman com uma das poucas amostras da abelha gigante de Wallace conhecidas
Imagem: Clay Bolt/BBC

A espécie tinha sido vista pela última vez na natureza em 1981.

Em janeiro deste ano, a equipe seguiu os passos de Wallace em uma expedição pela Indonésia, na tentativa de encontrar e fotografar a espécie.

"Foi de tirar o fôlego ver esse 'buldogue voador', um inseto que não tínhamos mais certeza que existia, ter a prova real bem ali na nossa frente", contou Clay Bolt, fotógrafo especializado em história natural que fez os registros da espécie.

"Ver de fato o quão bonita e grande a espécie é na natureza, ouvir o som das suas asas gigantes batendo ao passar pela minha cabeça, foi simplesmente incrível."

Como vive a abelha gigante
A fêmea faz seu ninho em cupinzeiros, usando a enorme mandíbula para coletar resina das árvores e forrar o ninho, protegendo assim da invasão dos cupins.

A espécie depende de florestas de mata virgem de baixa altitude para encontrar resina e ninhos de cupins nas árvores.

A descoberta reacende a esperança de que as florestas da região ainda abriguem um dos insetos mais raros e mais procurados do mundo.

Integrante da expedição, o especialista em abelhas Eli Wyman, entomologista da Universidade de Princeton, nos EUA, espera que a descoberta estimule a realização de pesquisas sobre o ciclo de vida da espécie e sirva de base para futuros esforços para protegê-la da extinção.

A organização ambiental Global Wildlife Conservation (GWC), que lançou uma caçada mundial por "espécies desaparecidas", apoiou a expedição.

"Ao transformar a abelha em um símbolo mundialmente conhecido para a conservação, estamos confiantes de que a espécie tenha um futuro melhor do que se simplesmente a deixássemos cair no esquecimento", afirmou Robin Moore, que atua na GWC.

No mês passado, o grupo anunciou que havia encontrado, na Bolívia, os primeiros sapos-aquáticos-de-sehuencas (Telmatobius yuracare) vistos na natureza em uma década.