Senador do Amazonas defende desmatadores em evento paralelo à Rio+20
O senador Eduardo Braga (PMDB/AM) defendeu aqueles que desmatam a Amazônia no ciclo de palestras Ideias Justas, evento paralelo à Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que vai até 22 de junho, no Rio de Janeiro.
“Ninguém desmata porque é burro ou inteligente, desmata porque precisa sobreviver. Uma mãe, entre a castanheira e seu filho, sempre vai escolher o filho, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo”, afirmou.
Para o senador, a sustentabilidade tem um peso maior no social do que no ambiental e econômico. Assim, é necessário levar às pessoas melhor qualidade de vida.
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O líder do governo no Senado destacou o polêmico novo Código Florestal Brasileiro, e disse que ele é inovador por regular terras privadas e incluir taxas de preservação nestas terras. “A reserva legal varia por bioma, na Amazônia, minha região, 80% da propriedade deve ser protegida. Para quem não conhece a região parece pouco, para quem conhece um pouco parece muito, para nós é o normal”. O senador ainda citou outros pontos do Código como margens de rios e topos de montanhas.
Braga lembrou ainda dos impactos das mudanças climáticas no Brasil e em especial na Amazônia. “Enquanto o nordeste sofre com a seca, este ano tivemos a pior enchente dos últimos 112 anos, a água chegou ao teto das casas”, descreveu.
Questionado pelo UOL, se o novo Código Florestal não impactaria ainda mais nas enchentes e na Amazônia, o senador afirmou que com o veto e a Medida Provisória enviada pela presidente Dilma Rousseff não haveria problemas.
“No que tange à questão da Amazônia, temos muito menos áreas privadas, menos de 5% de suas terras estão em mãos de propriedades particulares. Grande volume de terras são públicas, do governo estadual, federal ou indígenas. As Unidades de Conservação são mais de 50% da área total do Amazonas”.
O coordenador de políticas públicas do Greenpeache Brasil, Nilo D´Ávila, diz que o senador deve estar mal informado. O ambientalista cita o projeto "Terra Legal", que visa regularizar as propriedades ilegais da Amazônia. O programa vai entregar títulos de terras a cerca de 150 mil posseiros que ocuparam terras públicas federais antes de 2004. "A realidade está dura no Estado dele, e ele sabe mais do que nós. A Amazônia é uma terra em conquista", afirmou.
Já Mario Mantovani, diretor de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, diz que dos quase 522 milhões de hectares da Amazônia, 200 milhões são dedicados à pecuária e outros 60 milhões à agricultura, sendo que só a soja representa 1/3 deste número. Para ele, o maior problema não está no Amazonas, mas nas margens da Floresta, já que a agropecuária tem avançado em Estados como o Mato Grosso.
O líder do governo ainda fez um elogio ao dizer que o novo Código equilibra as três vertentes da sustentabilidade, o social, o econômico e o ambiental.
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