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Quase 100% dos produtos vendidos como ecológicos cometem algum "pecado verde"

Sabia que a TV de plasma é a que mais gasta energia? - Shutterstock
Sabia que a TV de plasma é a que mais gasta energia? Imagem: Shutterstock

Paula Aftimus

Do UOL, em São Paulo

19/06/2012 06h00

Os sete pecados do greenwashing

1. Custo Ambiental Camuflado
Rótulo destaca uma qualidade “verde” do produto e esconde outras características que podem representar uma perda ambiental maior. O etanol, por exemplo, é vendido como um biocombustível pois vem da cana, mas, em sua produção, nas plantações, usa quantidades absurdas de agrotóxicos.
2. Falta de Prova
Faltam dados que provem que o produto é correto ambientalmente e as informações não são acessíveis (nem no local de compra, nem na internet).
3. Informações vagas
Como o próprio nome já diz, são aqueles termos como “natural” (arsênio, urânio e mercúrio são naturais, mas venenosos) e “amigo do meio ambiente".
4. Irrelevância
Quando é dado destaque para informações que não são importantes ou úteis na busca do consumidor. Por exemplo, quando uma embalagem traz a mensagem “não contém CFC” como se fosse um diferencial (a substância foi banida por lei há anos).
5. “O menor dos males”
O benefício ambiental do produto pode até ser verdadeiro, mas esconde o impacto da sua indústria como um todo. Por exemplo, pesticidas que se apresentam como ecologicamente corretos.
6. Informação falsa
O pecado menos comum, é quando a marca agrega ao produto declarações ambientais que simplesmente são mentirosas
7. Falsos Rótulos
Transmitir, por texto ou imagens, a ideia de que aquele produto tem um selo de certificação que na verdade não possui.

Já ouviu falar no termo greenwashing? Ele foi amplamente divulgado há vinte anos, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais tarde  conhecida como Rio92. Duas décadas depois, com a Cidade Maravilhosa sediando novamente o evento político internacional para discutir o desenvolvimento sustentável do planeta, o termo está mais em uso do que nunca. Greenwashing, segundo o dicionário Cambridge, significa: "fazer com que as pessoas acreditem que sua companhia está atuando mais para proteger o meio ambiente do que de fato está". Soa familiar?

De acordo com a consultoria TerraChoice Environmental, só de 2009 para 2010, o número de produtos que se vendem como verdes subiu 73%. Na mesma medida, aumentou também a preocupação com o quanto verdes de fato são esses itens. Em levantamento de 2010, a TerraChoice garante: 95% dos produtos analisados, nos EUA e no Canadá, cometeram pelo menos um do que a consultoria definiu como "os sete pecados do greenwashing". No Brasil, segundo estudo do administrador Bruno Oliva Peroni, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o número é praticamente o mesmo: 94,7%. O principal "pecado"? Selos falsos.

Pensando nisso, listamos cinco tipos de produto nos quais o consumidor deve ficar de olho antes de levar como "ecológicos". Até porque, a compra onsciente começa com o cliente que, com a mudança seus hábitos, pressiona Governo e empresas a também mudarem os seus.