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Rio+20, crise econômica internacional e venda de caças dominam almoço de Dilma com Hollande

A presidente Dilma Rousseff encontra o presidente da França, François Hollande, na Rio+20 - Fred Dufour/AFP
A presidente Dilma Rousseff encontra o presidente da França, François Hollande, na Rio+20 Imagem: Fred Dufour/AFP

Carolina Gonçalves e Renata Giraldi

Da Agência Brasil, no Rio

20/06/2012 14h58

O presidente da França, François Hollande, foi o primeiro líder estrangeiro recebido nesta quarta-feira (20) pela presidente Dilma Rousseff, em um encontro reservado, no hotel onde ela está hospedada, no Rio de Janeiro. Assessores franceses e brasileiros dizem que os assuntos que predominarão no almoço de Hollande com Dilma são o documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e a compra de 36 caças pelo governo brasileiro para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB).

Os franceses se empenham para serem os escolhidos para a venda dos 36 caças Rafale. Mas para representantes do governo brasileiro, ainda não haverá acordo para a negociação durante a visita de Hollande. Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, a decisão sobre esse tema pode demorar.

“[A decisão sobre o tema] não está em um horizonte próximo. As perspectivas [das relações entre os dois países] são grandes, mas em áreas como a de cooperação tecnológica e programas na área de defesa”, disse Pimentel. Também disputam a venda dos caças uma empresa norte-americana e outra sueca. Ainda não há definição sobre o assunto.

Os impactos da crise econômica internacional sobre a zona do euro também serão discutidos durante o almoço de Dilma e Hollande. A União Europeia é destino de um quarto das exportações brasileiras. Pimentel disse que o volume comercializado com o bloco “caiu bastante em relação ao volume registrado no ano passado”, mas o ministro se mantém otimista.

“Estamos recuperando. Acredito que vamos terminar o ano com saldo positivo. Em relação às exportações estamos mantendo nossa meta de crescimento de mais ou menos 3% em relação ao volume de exportações do ano passado”, disse. Com a perspectiva de uma meta conservadora, o ministro acrescentou que se  trata de um número “compatível com o cenário de crise”.

Logo após o almoço, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, concederá uma entrevista coletiva.

No poder desde maio, o presidente francês mantém uma agenda paralela à sua participação na Rio+20. O primeiro compromisso dele no Rio foi um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um hotel da zona sul da cidade.

De acordo com assessores que acompanharam a reunião de Lula e Hollande, ambos se concentraram em analisar os efeitos da crise econômica internacional.  “[Hollande e Lula] compartilham o diagnóstico sobre a crise financeira internacional e têm opiniões semelhantes sobre os caminhos para superação das dificuldades econômicas e financeiras enfrentadas pelos países do mundo”, resumiu o Instituto Lula.