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Rio+20: Cúpula dos Povos não entrega documento completo para a ONU

Ban Ki Moon, secretário geral da ONU, se reúne com representantes da Cúpula dos Povos, um dos maiores eventos paralelos da Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável - Júlio Cesar Guimarães/UOL
Ban Ki Moon, secretário geral da ONU, se reúne com representantes da Cúpula dos Povos, um dos maiores eventos paralelos da Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Imagem: Júlio Cesar Guimarães/UOL

Matheus Lombardi

Do UOL, no Rio

22/06/2012 11h12

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, recebeu nesta sexta-feira (22), os delegados da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, que reúne um público variado e crítico à Cúpula sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre no Rio de Janeiro.

O documento entregue pelos representantes da Cúpula dos Povos ainda não é o final, e deverá sofrer alterações na Assembléia que ocorrerá ainda hoje.

Os representantes cobraram decisões mais urgentes e práticas da ONU. Eles saíram do Riocentro, local onde ocorre a Rio+20, "frustrados" com o teor das discussões entre os chefes de Estado.

"Evidentemente [o documento] não passou nem perto do que esperávamos. Precisamos de uma mudança radical no documento oficial. A Rio+20 foi uma passagem extremamente frustrante para nós", disse Iara Pietrovsky, integrante do grupo de articulação da Cúpula dos Povos.

Documento final da Cúpula dos Povos

O documento "premiliminar" da Cúpula das Povos afirma que nos últimos vinte anos, desde a realização da ECO92, houve "grandes retrocessos em relação aos direitos humanos".

"A Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos, a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade para salvar o sistema economico-financeiro. As múltiplas vozes e forças que convergem em torno da Cúpula dos Povos denunciam a verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista associado ao patriarcado, ao racismo e à homofobia", diz o documento.

Ainda segundo o texto, "os povos querem determinar para que e para quem se destinam os bens comuns e energéticos, além de assumir o controle popular e democrático de sua produção. Um novo modelo enérgico está baseado em energias renováveis descentralizadas e que garanta energia para a população e não para corporações".

Sem dar entrevistas e criticado durante o encontro com os representantes da Cúpula dos Povos, o secretário-geral da ONU, afirmou na reunião de pouco mais de 30 minutos que "a sustentabilidade tem a ver com o diálogo e a troca de ideias".