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Dilma diz que "está intervindo" em caso de brasileira presa na Rússia

Do UOL, em Brasília

11/10/2013 16h40

A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (11) que o governo brasileiro “está intervindo” no caso da ativista gaúcha do Greenpeace presa na Rússia. “É óbvio que estou intervindo porque é uma cidadã brasileira e é minha obrigação”, afirmou, acrescentando que aguarda uma resposta do governo russo.

A bióloga Ana Paula Maciel está presa com outras 29 pessoas em um centro de detenção na cidade de Murmansk desde 24 de setembro sob a acusação de pirataria após um protesto do grupo Greenpeace contra a exploração de petróleo no Ártico.

Dilma comentou o caso ao ser entrevistada hoje por emissoras de rádio do Rio Grande do Sul, para onde viajou nesta sexta para participar, entre outros eventos, da inauguração de unidades infantis e da formatura de estudantes de um programa de ensino técnico.

Ontem, a presidente já havia determinado ao Ministério das Relações Exteriores que procurasse uma solução para o caso da bióloga.

Maciel enviou cartas para a família e afirmou estar bem na prisão russa. Na quarta (9), Rosangela Maciel, mãe da ativista, enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff pedindo que ela interviesse diplomaticamente junto ao governo russo pela libertação da bióloga. 

"Se Ana Paula hoje está injustamente presa a milhares de quilômetros de casa, o motivo é um só: ela dá a cara a tapa por uma causa que é de todos nós. A senhora, presidente, sabe muito bem o que é isso. Não só por ser mãe e avó, mas principalmente por ser, como a minha Ana, uma mulher idealista. Uma mulher que também já foi injustamente para a cadeia, por causas que não eram apenas suas", escreveu Rosângela.

Entenda

A Justiça russa indiciou 28 ativistas do Greenpeace, entre eles Ana Paula, e dois jornalistas por pirataria depois de participarem de uma ação contra uma plataforma de petróleo da gigante russa Gazprom no Ártico e determinou prisão temporária do grupo por 60 dias. Se condenados, cada um poderá cumprir pena entre 10 e 15 anos de prisão, além de pagar multa de até 500 mil rublos (cerca de R$ 33 mil).

No protesto, um navio do Greenpeace se aproximou de uma plataforma de petróleo pertencente à estatal russa Gazprom e dois ativistas tentaram escalar a unidade de perfuração. A ONG diz que o protesto foi pacífico e rechaçou as acusações de pirataria como absurdas e infundadas.

No começo de outubro, um tribunal russo negou o direito à fiança a três das 30 pessoas presas. Depois disso, o diretor do Greenpeace, Kumi Naidoo, enviou uma carta para o presidente russo, Vladimir Putin, se oferecendo como garantia para libertação dos ativistas.

A Holanda deu início a procedimentos legais contra a Rússia, alegando a ilegalidade da detenção dos ativistas a bordo do navio do Greenpeace Arctic Sunrise, de bandeira holandesa.