Grande Barreira de Corais australiana corre risco de virar 'lixão', diz WWF
A Grande Barreira de Corais corre o risco de se tornar um lixão, se o governo australiano não proibir completamente o lançamento de resídios de dragagem nas águas do parque marinho, inscrito no patrimônio da Humanidade, alertou nesta segunda-feira (9) o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), em um relatório.
"Se nada for feito, a Grande Barreira de Corais, um dos habitats marinhos mais preciosos do planeta, pode se tornar um lixão e uma auto-estrada marítima", advertiu a ONG ambientalista.
Com o objetivo de evitar que se ponha este patrimônio em perigo, a Austrália determinou a interdição de lançamento de rejeitos de dragagem no local em janeiro.
Segundo os ecologistas, esta prática prejudica o local, pois asfixia os corais e as algas que integram o maior organismo vivo do mundo, expondo-os aos peixes.
O relatório indica que as expansões portuárias no interior das águas da barreira de corais, que poderiam fazer escavar 51 milhões de metros cúbicos do fundo marinho, teriam "impactos devastadores" sobre esta maravilha natural.
Estas expansões poderiam aumentar a capacidade carbonífera dos portos da região, de 267 milhões de toneladas para 637 milhões de toneladas ao ano, e permitiriam ao complexo portuário se aproximar da capacidade total de Xangai, o maior porto do mundo, segundo o documento do WWF.
Segundo os autores do informe, o projeto não é necessário, pois a capacidade portuária existente fica fora de uso a maior parte do tempo.
Ameaçando inscrever o local na lista dos locais do patrimônio em perigo, a Unesco deu às autoridades australianas o prazo até 1º de fevereiro para preparar um relatório sobre os meios de protegê-lo.
A Austrália diz, por sua vez, já ter dado garantias à Unesco, ao banir particularmente a dragagem de novas áreas nos arredores dos portos, prioritárias durante 10 anos.
"Nós sabemos que a barreira de corais está confrontada com estes desafios, mas nós fazemos avanços significativos. Fortes evidências mostram que nossos esforços não são insignificantes", declarou na semana passada o ministro australiano do Meio Ambiente, Greg Hunt.
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