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Precursor do aquapaisagismo, Takashi Amano morre aos 61 anos

Débora Nogueira

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/08/2015 16h33

Takashi Amano poderia ter sido apenas um bem sucedido ciclista profissional. Em mais de mil corridas, ele obteve sucesso, ganhou dinheiro e viajou o mundo. Mas esse japonês amava mergulhar e tirar fotos do fundo do mar e resolveu deixar sua marca histórica de outro jeito. Foi mergulhando que ele teve a ideia de levar aquelas paisagens para dentro de um aquário. Amano criou um estilo de imitação da natureza. "O peixe é um detalhe", resumiu sua obra recentemente em uma entrevista. 

O japonês morreu no dia 04 de agosto, aos 61 anos, em decorrência de uma pneumonia. 

Em três décadas, Amano criou novas técnicas e levou para debaixo d'água os conceitos de jardim japonês e arte wabi-sabi (a busca da beleza na imperfeição e a criação do caos controlado). Sua empresa, a Aqua Design Amano (ADA) cria aquários de grande porte para hoteis, restaurantes e embaixadas, vende produtos de primeira linha para quem quer levar o hábito a sério e ainda organiza a competição internacional de aquarismo natural, a IAPLC, que teve 2545 inscrições de 69 países, em 2015. O concurso teve até um brasileiro no pódio: o coordenador de TI Marcelo Tonon chegou ao mais alto posto conquistado por um conterrâneo no concurso internacional: o terceiro lugar. 

O hobby, no Brasil, foi impulsionado pelos fóruns de discussão da internet e, posteriormente pelos concursos de layout e hoje é mais forte nos estados de São Paulo e Paraná. O Concurso Brasileiro de Aquapaisagismo (CBAP) recebeu 98 inscrições em 2014. Para participar, os candidatos enviam as fotos de seus aquários que são preparados com detalhismo durante muitos meses e revelam os tipos de peixes e plantas e as técnicas usadas para se obter aquele resultado. Um aquário digno de competição pode chegar a custar R$ 15 mil.