Cobra arco-íris e lagartixa com chifres: rio Mekong abriga 163 novas espécies
Uma cobra com as cores do arco-íris em sua cabeça e uma lagartixa com chifres estão entre as espécies mais chamativas de uma lista de 163 animais e plantas desconhecidos que foram descobertos pelos cientistas no ano passado no rio Mekong, informaram os pesquisadores nesta segunda-feira.
O rio Mekong, que desce pelas colinas do Tibete, passando pelas montanhas e florestas do sudeste asiático, abriga uma das regiões mais diversas do planeta.
Todos os anos, os cientistas anunciam que encontraram novas espécies em sua bacia, muitas vezes depois de longos processos de identificação, que deixam em evidência o quanto ainda precisa ser descoberto nesta região.
No entanto, muitos especialistas expressam seus temores de que existam espécies que desapareçam sem ser descobertas devido ao rápido desenvolvimento desta zona, onde a lei é aplicada com debilidade e o tráfico de espécies constitui um fenômeno descontrolado.
"A grande região do Mekong é um ímã para os cientistas especializados na conservação devido à incrível diversidade de espécies que continuam sendo descobertas aqui", disse Jimmy Borah, pertencente à equipe da ONG WWF deslocado à zona.
"Há uma corrida contra o tempo para garantir que estas espécies recém-descobertas sejam protegidas", explicou.
Esta região inclui o sudoeste da China, Vietnã, Camboja, Laos, Tailândia e Mianmar. Entre os problemas há a construção de estradas e atividades ilegais como o tráfico ilegal de espécies.
"Muitos colecionadores estão dispostos a pagar milhares de dólares pelas espécies mais raras, únicas e em uma maior situação de perigo", indicou Borah.
No total, os cientistas descreveram 163 novas espécies em 2015, incluindo nove anfíbios, três mamíferos, 11 peixes, 14 répteis e 126 plantas.
Entre os animais mais chamativos, há uma serpente que na cabeça tem escamas coloridas que se assemelham a um arco-íris.
No Camboja e no Vietnã foi descoberta uma nova espécie de sapo tão pequeno que cabe na ponta do dedo.
Entre 1997 e 2015 foram descritas 2.409 novas espécies na região, o que equivale a uma descoberta a cada duas semanas.
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