Pesquisadores descobrem novas espécies em montanha mais alta do Brasil
Conhecer a biodiversidade em um ponto da Amazônia até então inexplorado pela ciência – este foi o objetivo da expedição ao Pico da Neblina, a montanha mais alta do Brasil, com 2.995,30 metros de altitude. A aventura valeu a pena: os pesquisadores descobriram algumas novas espécies em meio aos exemplares de 700 espécies recolhidas.
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O trabalho foi empreendido em novembro do ano passado por dez pesquisadores da USP, com o apoio do Exército brasileiro. Por um mês, nove zoólogos e um botânico coletaram répteis, aves, plantas e mamíferos na mata em torno da localidade de Maturacá, sede de um batalhão de fronteira, e no pico propriamente dito.
“Quisemos coletar material nessa área para tentar entender as relações e os contatos entre a Amazônia e a floresta atlântica durante os períodos glaciais e interglaciais”, conta Miguel Trefaut Rodrigues, o herpetologista que liderou a expedição.
Para o pesquisador, o conhecimento sobre as espécies que ocupam áreas elevadas e mais frias da Amazônia – razão da escolha da região da floresta onde se situa o Pico da Neblina – permite inferir como as espécies encontradas se comportaram durante épocas de clima frio e de clima quente. “Faremos isso estudando comparativamente a morfologia, a genética e a fisiologia das espécies amostradas”, completa o zoólogo.
Os cientistas agora se preparam para divulgar o que descobriram sobre o que trouxeram do ponto mais alto do Brasil e de seus arredores. São informações sobre roedores, répteis, anfíbios, aves e plantas. O Pipa surinamensis é uma das novidades: um anfíbio aparentemente achatado nunca descrito pela ciência. Outro anfíbio, de boca afinada, diferente dos anfíbios tradicionalmente conhecidos, recebeu o nome de "Plump Digger".
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