Topo

Países mais vulneráveis pedem resposta global a ntea urgência climática

Daesung/LeeLensCulture Portrait Awards 2015
Imagem: Daesung/LeeLensCulture Portrait Awards 2015

Em Katowice, na Polônia

03/12/2018 11h17

Os países mais ameaçados pela catástrofes climáticas devem pedir nesta segunda-feira, na reunião de cúpula sobre o clima, mais compromissos das nações do Hemisfério Norte, em um contexto geral nada animador.

Os presidentes dos Estados particularmente vulneráveis, como Honduras e Bangladesh, participarão no encontro, organizado no segundo dia da da 24ª conferência da ONU sobre o clima, que acontece na cidade polonesa de Katowice.

Durante as próximas duas semanas, a expectativa é de que a COP24 defina as normas de aplicação do Acordo de Paris.

Os países do Hemisfério Sul esperam que a comunidade internacional amplifique seus objetivos de redução de emissões de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, pretendem recordar ao Norte a promessa de aumentar o financiamento das políticas climáticas nos países em desenvolvimento a 100 bilhões de dólares por ano até 2020.

"O grupo dos PMA (Países Menos Avançados) representa quase um bilhão de pessoas. Elas são as menos responsáveis pela mudança climática, mas as mais vulneráveis a suas consequências", comentou antes da conferência o presidente da delegação, o etíope Gebru Jember Endalew, que apontou a necessidade de "bilhões de dólares" para financiar estas políticas.

A questão do financiamento Norte-Sul geralmente atrapalha as negociações. Por este motivo, o Banco Mundial anunciou nesta segunda-feira a liberação de 200 bilhões de dólares entre 2021 e 2025 para ajudar na redução das emissões e na adaptação da mudança climática, o "dobro" na comparação com período anterior.

"Isto envia um sinal importante para a comunidade internacional, para que faça o mesmo", destacou a instituição.

Mas os analistas temem que o contexto internacional, com a reiterada rejeição do presidente americano Donald Trump ao Acordo de Paris, não seja propício para a adoção de novos compromissos.

E a Polônia, que preside a reunião e é uma grande defensora de sua indústria do carvão, tem outras prioridades.

Além da aprovação crucial das regras para colocar em prática o Acordo de Paris, Varsóvia deseja promover uma "transição justa" para uma economia com pouca emissão de carbono e que o encontro de cúpula aprove um texto neste sentido.

De acordo com uma versão preliminar, à qual a AFP teve acesso, a "declaração de Silésia", coração da produção de carvão polonesa", "admite os desafios enfrentados pelos setores, cidades e regiões em um período de conversão das energias fósseis (...) e a importância de assegurar um futuro decente aos trabalhadores afetados por esta transição".