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Conselho de empresários expressa "preocupação" por política ambiental de Bolsonaro

O presidente da República, Jair Bolsonaro - Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
O presidente da República, Jair Bolsonaro Imagem: Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

23/08/2019 22h26

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que reúne os principais grupos empresariais do país, expressou hoje "preocupação" pelo possível impacto das políticas ambientais do governo de Jair Bolsonaro nos negócios, em plena polêmica sobre as causas da multiplicação de incêndios na selva amazônica.

"O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), em nome de suas empresas associadas que representam faturamento equivalente a 45% do PIB nacional, defende o aprimoramento dos sistemas de controle e monitoramento para zerar o desmatamento ilegal no curto prazo na Amazônia e em todos os biomas, e reduzir o desmatamento legal", segundo um comunicado da entidade.

"O CEBDS também defende que, além de evitar os custos de mitigação para setores produtivos, combater o desmatamento precisa estar no centro da agenda estratégia não só de governos, mas do País, para o enfrentamento da mudança do clima e por todos os benefícios decorrentes da conservação dos biomas brasileiros, como as oportunidades de negócios da bioeconomia, e da valorização do patrimônio histórico-cultural brasileiro", acrescenta.

"As empresas, especialmente as mais globais, se preocupam claramente como as políticas ambientais vão impactar o comércio", disse à AFP Laura Albuquerque, porta-voz do CEBDS.

"É uma exigência para participar nesses acordos internacionais que o Brasil cumpra os compromissos ambientais", destacou Laura Albuquerque.

O número recorde de focos de incêndio na região amazônica gerou um clamor internacional e governos europeus chegaram a advertir que se o Brasil não cumprir seus compromissos ambientais, poderia colocar em risco o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

Albuquerque explicou que o CEBDS solicitou com urgência reuniões com o governo federal para conversar sobre a situação.