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Greta Thunberg lidera greve do clima em Montreal em meio a debate sobre emissões da aviação

Greta Thunberg - Lionel Bonaveture/AFP
Greta Thunberg Imagem: Lionel Bonaveture/AFP

Allison Lampert

Em Montreal

27/09/2019 10h22

A ativista adolescente Greta Thunberg, que inspirou um movimento contra as viagens aéreas, está liderando uma greve contra a mudança climática, nesta sexta-feira, em Montreal, onde líderes de uma agência de aviação da Organização das Nações Unidas (ONU) estão reunidos para debater metas para as emissões do setor.

A sueca de 16 anos está no Canadá para apoiar o protesto, que acontece menos de um mês antes de uma eleição nacional na qual o meio ambiente é a principal preocupação dos eleitores, segundo uma pesquisa da Nanos Research, superando até os empregos e a economia.

O primeiro-ministro Justin Trudeau e a chefe do Partido Verde, Elizabeth May, participarão da marcha.

Na quinta-feira, em um evento de campanha, Trudeau disse que espera poder marchar em Montreal "para lutar pelo meio ambiente".

Trudeau e May se concentraram em seus planos de ações climáticas antes da eleição de 21 de outubro, mas o premiê também teve que defender sua decisão de comprar e ampliar um grande oleoduto no oeste canadense.

No mês passado, Greta Thunberg navegou do Reino Unido aos Estados Unidos pelo Atlântico em um barco de emissões de carbono zero para protestar contra as emissões da aviação, e no início desta semana atacou líderes mundiais por não combaterem a mudança climática.

Ela inspirou milhões de jovens a irem às ruas contra a mudança climática desde que iniciou protestos semanais solitários diante do Parlamento sueco um ano atrás.

O protesto de Montreal acontece no momento em que a Organização Internacional da Aviação Civil (Icao) debate maneiras de minimizar o impacto do setor no meio ambiente em sua assembleia trienal, que vai até 4 de outubro na cidade canadense.

A aviação comercial responde por 2,5% das emissões de carbono — mas, como se prevê que o número de passageiros dobrará até 2037, especialistas dizem que as emissões aumentarão se nada for feito.

Em 2016, a Icao mediou a primeira iniciativa climática industrial global com um esquema de médio prazo para ajudar as empresas aéreas a evitarem uma elevação de suas emissões líquidas a partir de 2020.

O Esquema de Redução e Compensação de Carbono na Aviação Internacional exige que a maioria das empresas aéreas limite suas emissões ou as compense comprando créditos para projetos ambientais.

(Reportagem adicional de David Ljunggren, em Ottawa)