Bolsonaro: país tem "indústria de demarcação" e reservas indígenas abusivas
Resumo da notícia
- Bolsonaro tirou o Conselho da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente
- Órgão agora é ligado à Vice-Presidência da República
- Com a mudança, governadores da região foram excluídos do conselho
- Ao assinar decreto do Conselho, Bolsonaro disse que há "indústria da demarcação"
O presidente Jair Bolsonaro transferiu o Conselho Nacional da Amazônia Legal do Ministério do Meio Ambiente para a Vice-Presidência da República.
O colegiado reúne, além da Vice-Presidência, 14 ministérios: Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa, Relações Exteriores, Economia, Infraestrutura, Agricultura, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Desenvolvimento Regional, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de Governo e Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.
A composição do conselho foi modificada por meio de um novo decreto, assinado hoje por Bolsonaro, substituindo o anterior, de 1995. Na nova composição, os governadores da Amazônia Legal foram excluídos do órgão de assessoramento.
Reservas abusivas
Na cerimônia, que contou com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão e ministros, Bolsonaro disse que o Brasil deflagrou "uma indústria de demarcações" e que as atuais reservas de terras são "abusivas".
"Essa nossa preocupação [do governo com os índios] fez com que fosse deflagrada uma indústria de demarcações de terras indígenas", criticou. "Deixo bem claro que ninguém aqui é contra dar a devida proteção e terras aos nossos irmãos índios, mas da forma que foi feito é um tanto abusivo. No Mato Grosso, estrada tem que fazer zigue-zague porque não pode passar no meio".
Bolsonaro reforçou que é interesse de seu governo preservar a Amazônia, mas "não que seus bens fiquem lá escondidos para sempre".
Ele espera que Mourão e a equipe da vice-presidência, agora à frente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, apresentem propostas que reforcem a soberania da região e que aumentem a exploração de seus recursos naturais.
Criticou a mídia
"Queremos que a Amazônia seja brasileira", pediu Bolsonaro, que criticou a cobertura da imprensa sobre a região: "Somente apresentando políticas que reforcem sua soberania vamos reverter o que a mídia nacional e internacional fez contra esse pedaço de terra".
O presidente lembrou que em seu primeiro mandato como deputado, na década de 90, atuou contra a demarcação de uma área da Amazônia "equivalente a duas vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro", segundo ele com "cerca de 9 mil índios", na Comissão de Defesa Nacional da Câmara.
Tabela periódica
"Aquele era o pedaço de terra mais rico do mundo. Tirando os gases, embaixo da terra uma tabela periódica completa, até coisas que desconhecíamos naquela época", disse.
Bolsonaro concluiu o discurso, que levou menos de dez minutos, desejando boa sorte a Mourão e dizendo que o vice-presidente tem competência "mais do que suficiente" para que o Conselho atinja os interesses "de todos nós".
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