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Pantanal bate recorde mensal de focos de incêndio na história, diz Inpe

Foco de incêndio na região de Poconé, no Mato Grosso. Bioma nunca havia registrado mais de 6 mil focos mensais  - Amanda Perobelli/Reuters
Foco de incêndio na região de Poconé, no Mato Grosso. Bioma nunca havia registrado mais de 6 mil focos mensais Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Rafael Bragança

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/09/2020 09h20

Os incêndios no Pantanal levaram à quebra de mais um recorde hoje na medição histórica feita pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), iniciada em 1998. Após os focos ultrapassarem 16 mil em um ano pela primeira vez nos últimos dias, o número mensal em setembro também já é o maior da história, com 6.048 focos de incêndio na região até ontem.

Restando ainda uma semana para o fim da medição em setembro, o mês se mostrou o mais devastador para o bioma neste ano, chegando a registrar mais de mil novos focos de incêndio em apenas um dia. No último dia 12, as medições por satélite registraram 1.093 focos em 24 horas.

Antes do recorde histórico registrado em setembro, o pior mês para o Pantanal havia sido em agosto de 2005, com 5.993 focos de incêndio. Já na comparação com o mesmo mês de outros anos, o maior número foi registrado em setembro de 2007, com 5.498 focos.

Outra marca negativa para o bioma foi passar pela primeira vez dos 6 mil focos de incêndio em um único mês. A situação vista em setembro é uma continuidade de uma tendência de descontrole do fogo no bioma já mostrada em agosto, que registrou 5.935 novos focos de incêndio.

No ano, todos os meses apresentaram registros acima da média histórica. Além disso, o recorde anterior em um ano se deu em 2005, com 12.536 focos, muito distante dos mais de 16 mil atuais.

Na comparação com o mesmo período de 2019, também é possível ver a gravidade da situação do Pantanal. O acumulado de 2020 até setembro, mesmo ainda restando uma semana para o fim do mês, apresenta alta de 268% em relação ao ano passado.

Enquanto as autoridades estaduais da região e o governo federal ainda tentam controlar o fogo, estima-se que os incêndios já tenham destruído 15% do bioma. A área afetada já passa de 2 milhões de hectares e destruiu refúgios de animais em extinção, como as araras azuis, e tem ameaçado espécies típicas da região como a onça-pintada.