Chove acima da média, mas Cantareira deve iniciar novembro com restrições
O Sistema Cantareira deve entrar em estado de restrição no mês de novembro, apesar de as chuvas na cidade de São Paulo terem ultrapassado a média histórica de outubro.
O estado de restrição é o que antecede o crítico, o mais grave, e passa a valer quando o sistema fecha um mês com volume abaixo de 30%.
Somente na última semana, o volume de chuvas na capital paulista ficou em 56,2 mm. Até o dia 29, o total acumulado era de 159,1 mm, mais do que a média histórica para o mês: 122,3 mm.
Em contrapartida, o nível do manancial diminuiu. Chegou a 28% na última sexta-feira (29), uma queda de 0,1 ponto percentual em uma semana —no dia 22, marcava 28,1%. Os dados são da Sabesp, a companhia de saneamento básico do estado.
Segundo Marcelo Schneider, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (InMet), as expectativas para novembro são positivas. "A previsão indica chuvas acima da média na região do Cantareira, entre o sul de Minas e a divisa com São Paulo", afirma.
A escala da Sabesp para medir o volume útil dos reservatórios e classificar a gravidade da situação aponta como normal um nível igual ou maior que 60%.
O estado é considerado de atenção quando o nível fica entre 40% e 60%, de alerta quando está entre 30% e 40% e de restrição entre 20% e 30%. Segundo as regras da ANA (Agência Nacional de Águas), só será considerada a fase de restrição se o mês acabar abaixo de 30% da capacidade total. Abaixo de 20% o nível é considerado crítico.
Sobre a mudança oficial do estado de alerta para o de restrição, a Sabesp explica: "A situação não prevê alteração na operação do Sistema Cantareira. A companhia vem retirando do sistema 23 m³/s (limite máximo autorizado na faixa de restrição) desde novembro de 2020, o que é possível graças à integração com os demais sistemas".
"O Cantareira é um dos sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo, dentro de um Sistema Integrado composto ainda por outros seis mananciais: Alto Tietê, Cotia, Guarapiranga, Rio Claro, Rio Grande e São Lourenço. Esse sistema integrado permite transferências rotineiras de água entre regiões, conforme a necessidade operacional", adicionou.
Segundo a Sabesp, não há risco de desabastecimento neste momento, mas a companhia fez um apelo pelo uso consciente de água.
"A projeção aponta níveis satisfatórios dos reservatórios com as perspectivas de chuvas do final da primavera e início do verão, quando a situação será reavaliada. A companhia vem realizando nos últimos anos ações que dão mais segurança hídrica, como a ampliação da infraestrutura, integração e transferência entre sistemas, além de campanhas para o consumo consciente", conclui.
Veja o nível de outros reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo, segundo a Sabesp:
- Alto Tietê: 39,4% (+0,3% em relação à taxa da semana passada)
- Guarapiranga: 51% (+2%)
- Cotia: 47% (-0,6%)
- Rio Grande: 83,6% (+1,1%)
- Rio Claro: 42,3% (+1,4%)
- São Lourenço: 66,4% (+5,2%)
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