Meirelles seria bom vice, diz Flávio Rocha, pré-candidato pelo PRB

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

  • Marlene Bergamo/Folhapress

    Flávio Rocha, dono da Riachuelo e pré-candidato à Presidência (PRB)

    Flávio Rocha, dono da Riachuelo e pré-candidato à Presidência (PRB)

O pré-candidato à Presidência pelo PRB, o empresário Flávio Rocha, acenou nesta quarta-feira (18), em São Paulo, à possibilidade de ter como vice na chapa o ex-ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles (MDB).

Rocha participou de uma conferência com investidores promovida pelo Banco Santander com presidenciáveis. A palestra foi fechada para a imprensa.

Sobre Meirelles, definiu: "Ele seria um bom vice que representa um bom programa de governo", citou.

Por outro lado, o pré-candidato afirmou que, ainda que não haja, por ora, uma conversa formal com o ex-ministro de Temer, ele, próprio, não abre mão de ser o cabeça de chapa na disputa.

"Todos os pré-candidatos padecem do mal da incoerência. Mencionei minha admiração por Meirelles em boa parte pelas boas ideias econômicas do atual governo que trouxeram um forte avanço em 2017", disse. "Mas não abriria mão de lançar minha candidatura", completou, indagado sobre as tratativas entre os dois partidos sobre a sucessão estadual paulista.

A "incoerência" mencionada a respeito dos adversários, assinalou, diz respeito a uma suposta incapacidade de eles apresentarem um "projeto óbvio" capaz de resgatar a competitividade econômica e, ao mesmo tempo, refutar "um socialismo bolivariano que mina valores da sociedade".

"Temos vários candidatos com muita competência no debate econômico, mas com um ideário que cala mais fundo nas questões ligadas à explosão da criminalidade e da corrupção — sobre isso, estamos na orfandade; a exceção é [o pré-candidato Jair] Bolsonaro, único que toca nesses temas, mas carregando demais nas cores e no radicalismo", pontuou.

Rocha também defendeu uma agenda de privatizações que contemple desde a Petrobras a bancos públicos como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

Segurança pública

Apontada por especialistas como um dos principais temas da eleição deste ano, a segurança pública — que rendeu episódios recentes de matança em presídios inclusive no Rio Grande do Norte, estado de Rocha — foi avaliada pelo pré-candidato do PRB como algo imbuído de "contaminação ideológica" por parte da esquerda.

"Segurança é um bom exemplo da contaminação ideológica que é prima-irmã da visão de que a geração de riqueza é ilegítima. A isso é associado que a culpa é social. É a visão de que o criminoso é uma vítima da sociedade. O criminoso é um indivíduo que tomou a decisão de cometer um crime. Ele não é vítima da sociedade", defendeu, para completar: "A socialização da culpa é prima-irmã da impunidade. A crença de que o Brasil prende demais está associada a essa ideia — não se reprime a criminalidade no Brasil: 98% dos assaltos cai na impunidade, mata e fica um ano no presídio", citou.

Ao final da entrevista coletiva, questionado se descartaria nomear integrantes da igreja Universal — ligada ao PRB, que é presidido pelo bispo licenciado Marcos Pereira — em um eventual governo, Rocha foi taxativo em confirmar que convites assim poderiam ser feitos tanto a membros da igreja como de outros segmentos religiosos.

"Não há absolutamente qualquer rótulo de fundo religioso; qualquer forma de discriminação é odiável."

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