Patrimônio de Aécio aumenta 92% em 4 anos; Dilma tem queda de 13%
Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
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Ricardo Moraes/Reuters
Aécio e Dilma durante debate em 2014
O patrimônio declarado do senador Aécio Neves (PSDB-MG) cresceu 92% em quatro anos, pulando de R$ 3,2 milhões (valor corrigido pela inflação), em 2014, quando se candidatou a presidente da República, para R$ 6,2 milhões este ano.
O cálculo foi feito com base na listagem de bens que o tucano apresentou nesta quarta-feira (15) ao TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais, no registro para candidatar-se a deputado federal nas eleições de outubro.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa de Aécio informou que seu patrimônio não aumentou. Segundo o tucano, "os bens são os mesmos que constam na declaração de 2014".
Segundo a comunicação de Aécio, "a diferença entre a declaração de 2014 e 2018 corresponde basicamente a crédito futuro a receber de R$ 3,7 milhões referente à venda de quotas de uma emissora de rádio".
A assessoria do tucano informou que a venda das cotas da rádio Arco Íris, de Belo Horizonte, foi realizada em setembro de 2016, por R$ 6,6 milhões, com o pagamento feito em parcelas mensais.
"Entre 2016 e julho de 2018 foram recebidos R$ 2,9 milhões. Faltam R$ 3,7 milhões. A transação comercial está devidamente declarada no Imposto de Renda e todos os impostos estão sendo recolhidos", disse.
Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" de março deste ano informou que Aécio declarou à Junta Comercial de Minas Gerais que o valor da venda das cotas Rádio Arco Íris, de Belo Horizonte, à sua irmã Andrea Neves, foi de R$ 88 mil, e não R$ 6,6 milhões.
À época, Aécio disse que adotou procedimento correto, previsto pela legislação, ao deixar de informar à junta o valor real da venda das cotas.
Dilma declara que patrimônio encolheu 13%
Já a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que derrotou Aécio na disputa de 2014, declarou que seu patrimônio encolheu 13% no mesmo período.
A listagem de bens da petista passou de R$ 2,3 milhões (corrigidos pela inflação), em 2014, para R$ 1,9 milhão no registro que fez, também nesta quarta-feira, como candidata ao Senado por Minas Gerais.
Na mesma situação, o governador Fernando Pimentel (PT) viu seu patrimônio diminuir nos quatro anos como chefe do Executivo mineiro. Seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral em 2014 foi de R$ 3,2 milhões (corrigidos pela inflação). Na lista de bens apresentada este ano, quando dentará a reeleição, seu patrimônio está avaliado em R$ 1,9 milhão. Uma queda de 40%.
As assessorias de Dilma e de Pimentel não foram localizadas para comentar a queda de seus patrimônios.
Já o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), candidato ao governo de Minas Gerais pelo PSDB nas eleições de outubro, quase dobrou o seu patrimônio em quatro anos.
De acordo com a declaração de bens feita à Justiça Eleitoral, Anastasia disse possuir um patrimônio de R$ 1,3 milhão. O valor representa uma alta de 82% em comparação com os R$ 718 mil (corrigidos pela inflação) declarados em 2014.
Por meio de nota, Anastasia informou que o crescimento do seu patrimônio se deu, sobretudo, por causa da doação de um terço do apartamento da mãe, que recebeu de herança, e de aplicações financeiras. O apartamento, explica a nota, é direito usufruto vitalício de sua mãe.
Candidato da Rede retifica patrimônio milionário
Após ter declarado patrimônio de 145 milhões, João Batista dos Mares Guia (Rede), irmão do ex-ministro do Turismo no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Walfrido dos Mares Guia, retificou a declaração.
Em nota divulgada após a publicação da reportagem, o candidato da Rede disse que diante de um erro de digitação sobre a sua declaração de bens, o valor do apartamento que possui, no valor de R$ 1.441.753, foi registrado no portal do TSE como valendo R$ 144.174.300. De acordo com Mares Guia, foi pedida a correção do valor à Justiça Eleitoral. Contudo, o TSE informou-lhe que os dados só devem ser atualizados em 48 horas. Segundo Mares Guia, dessa forma, o seu patrimônio declarado é de R$ 2.438.037, não 145 milhões, como reportado anteriormente.
Assim, o maior patrimônio declarado é do candidato do Novo, empresário Romeu Zema, que informou possuir R$ 69,7 milhões em bens.
O ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, cuja candidatura é contestada na Justiça, apresentou declaração de bens de R$ 34,5 milhões. Nas eleições de 2012, Lacerda apresentou lista de bens no valor de R$ R$ 85,5 milhões (valores corrigidos). Uma queda de 59% em seis anos.
A candidata ao governo de Minas Gerais pelo PSOL, professora Dirlene Marques (PSOL), declarou R$ 1 milhão em bens.
E o candidato do Avante ao governo, o advogado Claudiney Dulim, informou ter R$ 820 mil de patrimônio.
O candidato do PSTU, Jordano Carvalho dos Santos, apresentou patrimônio de R$ 125 mil.
Alexandre Flach Domingues, do PCO, registrou bens no valor de R$ 100 mil.