Haddad diz que chapa está mantida e que decisão será de Lula na 2ª feira

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió (AL)

  • Reprodução

    Haddad (PT) grava propaganda eleitoral em Caetés, a 225 km de Recife

    Haddad (PT) grava propaganda eleitoral em Caetés, a 225 km de Recife

O PT vai manter a candidatura intacta, mesmo após a Justiça Eleitoral ter barrado o registro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou neste sábado (1º) o candidato a vice na chapa, Fernando Haddad (PT), em visita a Garanhuns (PE), terra natal de Lula, a 225 km de Recife.

Haddad disse que a defesa deve recorrer da decisão e que isso será debatido com o ex-presidente na segunda-feira (3). "O cliente é Lula, temos que ouvi-lo", disse. "Como não há comunicação com ele nos fins de semana, temos que conversar na segunda-feira pela manhã e levar a ele o quadro jurídico diante da desautorização da candidatura", disse.

"A Justiça Eleitoral, nesse caso, talvez não seja a última palavra. Vamos estudar nesse fim de semana quais as possibilidades jurídicas e apresentar ao presidente, para, coletivamente, decidir o que fazer nesses 10 dias de prazo", afirmou. O TSE deu ao partido 10 dias para trocar o "cabeça" de chapa, se assim quiser.

'Lula mandou votar em nós'

Em vídeo gravado junto com alguns familiares de Lula, ele é perguntado: "O Lula mandou votar em você?". Haddad responde: "O Lula mandou votar em nós, porque a gente faz uma chapa."

O petista concedeu uma entrevista coletiva após gravar uma propaganda eleitoral na cidade vizinha, Caetés. À época do nascimento de Lula, Caetés era um distrito de Garanhuns e, por isso, as duas cidades são consideradas cidade-natal do ex-presidente.

Haddad negou que haja uma ação pensada para substituição da chapa. "Nós vamos manter o que... não chamo de estratégia, chamo de posicionamento politico, moral, em torno da liderança do presidente Lula e da vontade de grande parte dos brasileiros", disse.

O candidato a vice afirmou, ainda, que a pauta do TSE "foi alterada faltando 19 minutos para o término da decisão", e que o julgamento do registro não estava nos planos. "Até o dia anterior, quando tivemos o último contato, era dado como certo que o TSE não julgaria o registro da candidatura, até porque a defesa não tinha apresentado alegações finais", afirmou.

Aliança com quem apoiou impeachment

Ao lado do governador de Pernambuco e candidato à reeleição Paulo Câmara (PSB), Haddad foi questionado sobre como explicar ao eleitor essa união, já que Câmara foi um dos apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

"A maioria do povo que aquela altura, por uma questão de pouco acesso à informação, defendia o afastamento, dois anos passados reconheceu que o aconteceu depois com o governo Temer é infinitamente mais grave que o que vinha sendo corrigido pela presidente Dilma. E houve um reposicionamento do PSB em relação ao episódio, sobretudo em função do fato que ele traiu o programa de governo votado em 2014", afirmou.

De Garanhuns, Haddad segue para Maceió, ainda neste sábado, onde deve ser recebido pelo governador Renan Filho (MDB) e pelo senador Renan Calheiros (MDB). Também na chapa à qual o PT se coligou em Alagoas está o candidato ao Senado Maurício Quintella (PR), outro que votou a favor do impeachment de Dilma. Quintella também foi ministro dos Transportes do governo Temer.

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