"Quem deve paga", diz Alckmin sobre prisão do tucano Beto Richa

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

O presidente do PSDB e candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, reafirmou apoio à operação Lava Jato e às investigações contra corrupção na manhã desta terça-feira (11), horas depois que Beto Richa, ex-governador do Paraná e candidato tucano ao Senado, foi preso.

"Primeiro, tolerância zero. E mais: todo apoio à Lava Jato. A lei é para todo mundo, não importa de que partido é. Tenho até defendido a reforma política, porque se nós não fizermos a reforma política, vai continuar tendo Lava Jato", disse o ex-governador de São Paulo em sabatina realizada por UOL, Folha e SBT.

Todo apoio às investigações. E o que a sociedade deseja? A sociedade deseja que haja investigação e se esclareça. Quem deve paga, é punido, quem não deve, é absolvido.

Geraldo Alckmin, sobre prisão de Beto Richa

Após a sabatina, Alckmin falou a jornalistas que a prisão de Richa "fragiliza o partido". "Aliás, acho que todos os partidos estão fragilizados, por isso eu tenho sempre destacado a questão da reforma política", argumentou.

Beto Richa foi preso na manhã desta terça em Curitiba, durante operação coordenada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), órgão do MP (Ministério Público). A esposa dele, Fernanda Richa, e seu ex-chefe de gabinete Deonlison Roldo também foram presos.

Nesta manhã, ocorre também uma nova fase da Operação Lava Jato da qual Richa e Roldo são alvo. A Polícia Federal e o MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná), que comandam esta ação, informaram, no entanto, que a prisão do ex-governador não tem relação com a operação.

Geraldo Alckmin também afirmou durante a sabatina que Eduardo Azeredo, condenado a 20 anos de prisão pelo chamado mensalão tucano, está afastado da vida partidária há mais de 10 anos. Questionado se "tolerância zero" não significaria expulsá-lo do partido, Alckmin não respondeu.

"Tolerância zero é que, para eu formar o governo federal vou escolher os melhores de todos os partidos", disse. O candidato afirmou, também, que, para tentar combater a corrupção, pretende aprimorar a legislação, tipificando o crime de improbidade administrativa.

Ele afirmou que pretende trazer ao Brasil um modelo norte-americano que consiste em repassar ao governo os imóveis de funcionários públicos que não consigam comprovar a evolução de seus bens materiais. Além disso, ele defende que reformas podem colaborar com o combate à corrupção.

Alckmin tem 10% das intenções de voto, diz Datafolha

Geraldo Alckmin é médico, passou pelos cargos de vereador e deputado federal e assumiu o governo do Estado de São Paulo em 2001, depois da morte de Mario Covas. Em seguida, Alckmin governou o estado por três mandatos (2003 - 2006, 2010 - 2014 e 2014 - 2018). É a segunda vez que ele se candidata à Presidência da República.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada na segunda-feira (10), o tucano aparece com 10% das intenções de voto. Jair Bolsonaro (PSL) lidera o levantamento com 24%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Sabatinas e debates

Os presidenciáveis estão sendo entrevistados por jornalistas do UOL, Folha e SBT. Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL) e Alvaro Dias (Podemos) já foram sabatinados. A ordem das próximas entrevistas previstas, definidas por sorteio, é a seguinte:

12/9 – Cabo Daciolo (Patriota)
13/9 – Henrique Meirelles (MDB)
14/9 – Jair Bolsonaro (PSL)

Foram convidados os candidatos dos partidos com representatividade no Congresso (com ao menos cinco parlamentares), conforme determina a legislação eleitoral.

Como o PT não indicou o substituto na corrida eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a sabatina com o presidenciável petista, que estava agendada para 5 de setembro, não aconteceu.

Vítima de um ataque a faca na última quinta (6), Jair Bolsonaro, que foi submetido a uma cirurgia e está internado, também não deve participar. Cabo Daciolo, que está em jejum em um monte, deixou de participar recentemente do debate da TV Gazeta.

UOL, Folha e SBT também realizarão um debate entre os candidatos no dia 26 de setembro e, em um eventual segundo turno, no dia 17 de outubro. Dividido em três blocos, o debate terá transmissão ao vivo pela TV aberta e nos sites do UOL e da Folha. Três jornalistas de cada veículo, assim como nas sabatinas, entrevistarão os candidatos.

Veja íntegra da sabatina UOL, Folha e SBT com Geraldo Alckmin

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