Pimentel diz que, se eleito, Haddad libertará Lula no 1º dia de governo

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

  • Alex Douglas/O Tempo/Estadão Conteúdo

    Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), ao lado de Lula em 2014

    Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), ao lado de Lula em 2014

O governador de Minas Gerais Fernando Pimentel (PT), candidato à reeleição, afirmou neste sábado (15), durante ato de campanha, em Teófilo Otoni, município distante 447 Km de Belo Horizonte, ter "certeza" de que, caso seja eleito presidente da República em outubro, o candidato petista Fernando Haddad, no primeiro dia de governo, vai indultar e tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da prisão.

"Eu tenho certeza que, eleito, o [Fernando] Haddad irá assinar no seu primeiro dia de governo um indulto para o presidente Lula", disse Pimentel. "Ele [Haddad] irá tirá-lo desta prisão injusta e arbitrária."

O PT não se manifestou sobre o tema até hoje. O partido tem adotado o discurso de que espera o resultado de ações em cortes superiores para a libertação de Lula, condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do apartamento tríplex em Guarujá (SP). O ex-presidente está preso desde abril na sede da Polícia Federal em Curitiba.

Haddad e Gleisi dizem que Lula não quer indulto

Haddad tem dito que o ex-presidente não quer o indulto. Em entrevista ao programa "Canal Livre", da "Band", em 19 de agosto, antes, portanto, de ser confirmado como substituto de Lula nas eleições de outubro, o ex-prefeito de São Paulo reforçou este discurso.

"Quando falaram em indulto, ele próprio (Lula) veio a público, por escrito, dizendo que não troca a dignidade pela liberdade, ou seja, que ele vai lutar até as últimas consequências pela sua absolvição. Ele está convicto de que não fez nada errado", declarou o agora candidato do PT à Presidência.

Já neste domingo (16), em entrevista a jornalistas pouco antes de iniciar uma atividade de campanha na avenida Paulista, em São Paulo, Haddad voltou a dizer que Lula, na ocasião do pedido de registro de sua candidatura, "pediu para que seu processo fosse julgado com imparcialidade".

O UOL tentou entrar em contato com o PT neste domingo, mas as ligações telefônicas não foram atendidas.

Em maio, a presidente da legenda, senadora Gleisi Hoffmann (PT), também declarou que Lula era contrário à possibilidade de indulto. "Hoje ele me disse claramente: 'Tem que parar de falar em indulto para mim. Eu não aceito indulto. Eu sou inocente, quero provar minha inocência'", relatou a parlamentar.

Estratégia de Pimentel

Pimentel repetiu no ato em Teófilo Otoni a disposição de nacionalizar os temas debatidos na campanha pela sucessão estadual, comportamento que vem adotando desde o início da disputa.

O governador petista manteve o compromisso de sua candidatura com a libertação do ex-presidente, e voltou a dizer que Lula foi condenado sem provas e preso injustamente. "Tenho orgulho de ser amigo do presidente Lula. (...) Nós fomos para o meio do povo, para o interior do Estado, nós governamos de frente para o povo mineiro", declarou.

Na última pesquisa Ibope, divulgada na última quarta-feira (12), Pimentel aparece em segundo lugar com 22% das intenções de voto, atrás do tucano Antônio Anastasia, com 31% das intenções de voto.

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