Ex-chefe da PF substitui Collor e enfrentará Renan Filho pelo governo de AL
Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, em Maceió
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Arquivo pessoal
O delegado federal aposentado José Pinto de Luna
O ex-superintendente da Polícia Federal em Alagoas, o delegado aposentado José Pinto de Luna (Pros), ingressa na tarde desta segunda-feira (17) com pedido no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Alagoas para substituir o nome do senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) na disputa ao governo do Estado.
Na sexta-feira (14), Collor renunciou à disputa alegando falta de "reciprocidade" de aliados. No dia seguinte, o candidato a vice dele, Kelman Vieira (PSDB), também abdicou da disputa.
Na nova chapa, permanecem todos os partidos da coligação anterior. O vice segue sendo do PSDB, sendo dessa vez o político Jorge VI.
Pinto de Luna terá pela frente como principal adversário o atual governador Renan Filho (MDB), que na única pesquisa Ibope feita até agora, divulgada dia 16 de agosto, aparece com 46% das intenções de voto. Collor, à época, tinha 22%.
Em entrevista ao UOL, Pinto de Luna afirmou que a negociação para sua candidatura foi rápida e teve início ainda na manhã desta segunda --último dia do prazo para substituição de candidato.
"Hoje cedo o deputado [estadual] Bruno Toledo (Pros) entrou em contato, pediu um café, e lá fizeram uma proposta. Eu disse que tinha meu projeto pessoal e profissional, mas que toparia se fosse uma coisa unânime, não houvesse resistência de ninguém. Eles de imediato consultaram o prefeito [de Maceió] Rui Palmeira-PSDB], o Rodrigo Cunha [candidato ao Senado pelo PSDB] e a coisa se avolumou, e os outros partidos abonaram", disse.
Histórico
Pinto de Luna já foi filiado ao PT e candidato a deputado federal em duas ocasiões e chegou a assumir o cargo como suplente em janeiro e fevereiro de 2015.
Hoje, o ex-delegado federal atua em Alagoas como advogado. Na PF, ele atuou em caso emblemáticos como a investigação do caso dos dólares na cueca, dos sequestros de Patricia Abravanel e Wellington Camargo e da prisão do juiz Nicolau dos Santos Neto.
Em Alagoas, foi um dos responsáveis pela Operação Taturana, em 2007, que desbaratou um esquema de desvio de verbas superior a R$ 300 milhões da Assembleia Legislativa do estado.