Ciro minimiza Ibope e diz que véspera de eleição no Brasil virou "anarquia"

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

  • MARCO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

    Ciro Gomes participa de agenda de campanha em Santos (SP)

    Ciro Gomes participa de agenda de campanha em Santos (SP)

O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) minimizou nesta terça-feira (2) o resultado da pesquisa Ibope desta segunda (1º) em que aparece estagnado e disse que véspera de eleição no Brasil virou "anarquia".

Segundo a pesquisa, Ciro aparece em terceiro lugar com 11% das intenções de voto atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 31%, e Fernando Haddad (PT), com 21%. No levantamento anterior, Ciro tinha 12%, Bolsonaro, 27%, e Haddad, 21%.

Ou seja, com a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, que também vale para a pesquisa anterior, Bolsonaro oscilou positivamente no teto da margem de erro. Já os outros dois não oscilaram de maneira significativa. Geraldo Alckmin (PSDB), que manteve os 8%, está tecnicamente empatado com o pedetista.

No entanto, quando questionado nesta terça sobre a pesquisa durante campanha com sindicalista em Santos, no litoral de São Paulo, Ciro negou que Bolsonaro – que não participa de eventos de rua e se recupera em casa de ataque de faca sofrido no início de setembro – esteja crescendo. Ciro justificou ter sondagens internas que apontam o contrário.

"Não está acontecendo, não está acontecendo, não está acontecendo [alta nas intenções de voto para Bolsonaro]. Como o amigo sabe, sou profissional e eu tenho minha estrutura própria de aferição de opinião pública. Hoje, inclusive, com aqueles chamados [pesquisa de] tracking. Eu observo tudo o que está acontecendo no Brasil. É um movimento imenso de eleitores cogitando mudar de caminho. A tendência hoje é Bolsonaro caindo, o Haddad estagnado e eu subindo", declarou.

Ele informou ser "evidente" não poder passar os números aos jornalistas, porque as pesquisas não estão registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a legislação eleitoral impede a divulgação.

De acordo com Ciro Gomes, a população não pode votar somente com base nos indicativos dos institutos de pesquisa, mas com reflexão e decisão crítica. Ele então voltou a se apresentar como opção para quem recusa o discurso de Bolsonaro e quem não quer a volta do PT ao Planalto.

Eu sou o segundo voto de todos os brasileiros

De olho no espólio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), substituído por Haddad após ser julgado inelegível pelo TSE, o candidato disse que parte do antipetismo é justificada e parte não. Enquanto isso, a candidatura "militarista, radical e extremista" explora esse fato e pode levar o país ao aprofundamento da crise política.

"Eu tenho, pela minha história, diálogo com todos. A mesma pesquisa diz que tenho a menor rejeição. A mesma pesquisa mostra que eu ganho com folga do Haddad, que eu ganho com folga do Bolsonaro", disse.

Pelo Ibope desta segunda, Ciro tem o menor índice de rejeição (18%) em comparação com Bolsonaro, com 44%, Haddad, com 38%, Marina Silva (Rede), com 25%, e Alckmin, com 19%. Nas simulações de segundo turno, Ciro venceria Bolsonaro por 45% a 39%. Não houve o cenário de confrontação direta entre Ciro e Haddad.

Ao ser indagado sobre a revelação de parte do conteúdo da delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci – entre outros pontos, disse que a campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) em 2014 custou R$ 800 milhões, sendo a maior parte em dinheiro ilícito –, Ciro Gomes afirmou que a sociedade deve desconsiderar tudo o que for "de muito calor" que surja a cinco dias da eleição.

"É completamente impertinente uma sociedade machucada como a brasileira se ver obrigada a votar num clima de passionalismo, de ódio, de vingança. [...] Véspera de eleição no Brasil virou essa anarquia. O PT querendo que o Lula dê entrevista, o outro lá comemorando que juiz libera sigilo que está há mais de sete meses já estabelecido. Quero ser a pessoa que vai botar isso de ordem", falou.

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