Bolsonaro recomenda a empresários que não façam campanha interna por ele
Gustavo Maia
Do UOL, em Brasília
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Reprodução/Facebook
Luciano Hang, dono do Havan, teria induzido funcionários a votar em Bolsonaro
Em transmissão ao vivo pelas redes sociais na noite desta quarta-feira (3), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) se dirigiu a empresários, comerciantes e "todos aqueles que tenham funcionários" para fazer o que chamou de "apelo", "aviso" e "recomendação": seus apoiadores não devem fazer campanha para ele dentro das empresas porque trata-se de prática proibida pela legislação eleitoral, que tem ocorrido nos últimos dias.
"Eu queria começar dando um aviso, uma recomendação a empresários e comerciantes, que, pelo que eu fiquei sabendo, alguns deles fizeram campanha dentro das empresas, ou seja, reunindo funcionários e pedindo votos. Eu não sei se é verdade ou não, mas essas informações chegaram ao nosso conhecimento", iniciou o candidato ao Palácio do Planalto.
"Eu queria alertar que, pela legislação eleitoral, isso é proibido. E quem responde é o candidato, não são os senhores. Então é um caso sui generis, onde um empresário até de má-fé poderia estar fazendo campanha para mim para que seja denunciado e eu viesse a responder por abuso de poder econômico", prosseguiu Bolsonaro, que não citou nenhum caso específico.
O presidenciável orientou os empresários que o apoiam a fazer campanha nas ruas, "como todo mundo faz, fora do horário de expediente". E explicou que alguns funcionários "poderiam até se sentir constrangidos". "E nós respeitamos o direito, obviamente, de quem quer que seja votar no candidato que ele achar melhor", finalizou.
Na segunda-feira (1º), a Justiça do Trabalho determinou que Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamentos Havan, divulgue um vídeo afirmando que seus funcionários são livres para votar no candidato que desejarem. A decisão teve como base uma ação movida pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) depois que o empresário divulgou gravação na qual afirmou que demitiria todos os funcionários caso Bolsonaro não seja eleito.
Candidato pede voto útil por vitória no 1º turno
Bolsonaro começou a "live", a terceira desde que ele deixou o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, dizendo que, por restrição médica, não poderia falar por mais de 15 minutos, e por isso usaria a palavra "de forma compassada". Nesta quarta, ele recebeu médicos do hospital, que vetaram sua participação no debate da TV Globo com presidenciáveis, marcado para esta quinta (4).
Durante a transmissão, Bolsonaro pediu "voto útil" para derrotar o PT, do candidato Fernando Haddad, ainda no 1º turno, cuja votação ocorre neste domingo (7). "Não vamos admitir a volta desses que tantos males causaram ao Brasil [...] Pratique o voto útil, vote na gente. Para não termos o desgaste no 2º turno", declarou.
O presidenciável também prometeu respeitar o resultado das eleições, apesar de ter afirmado na semana passada que não aceitaria resultado diferente da sua eleição. "Eu não vou é ligar pro Haddad, caso ele venha a vencer", disse o candidato.
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