Médicos não liberam Bolsonaro para debate; candidato nega estar fugindo
Marcela Lemos e Eduardo Lucizano
Colaboração para o UOL, no Rio e em SP
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Reprodução/Twitter/Carlos Bolsonaro
Bolsonaro (à dir.) recebe os médicos Antônio Luiz Macedo (centro) e Leandro Echenique
Os médicos que cuidam da recuperação de Jair Bolsonaro (PSL) informaram nesta quarta-feira (10) que o candidato à Presidência não está liberado para participar de agendas de campanha na rua nem de debates na televisão até passar por nova avaliação, o que deve ocorrer na semana que vem. Para esta sexta-feira (12), estava previsto o debate da TV Bandeirantes, o primeiro do segundo turno.
Bolsonaro passou por uma avaliação médica em sua casa, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Segundo o cirurgião Antônio Luiz Macedo e o cardiologista Leandro Echenique, o candidato perdeu 15 quilos de massa corporal e, por isso, ainda está fraco para os compromissos eleitorais.
"Por enquanto ele não está liberado [para eventos de campanha]. Não sei a respeito do debate, sei que na quinta-feira [dia 18] ele estará conosco no [Hospital Albert] Einstein [para uma nova avaliação médica]", disse Macedo.
Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (10), em transmissão ao vivo nas redes sociais, que não está fugindo dos debates, e sim "cuidando da saúde".
Segundo ele, a equipe do hospital Albert Einstein o orientou a viajar a São Paulo na semana que vem para uma última avaliação. "Irei a São Paulo na próxima quinta e, com certeza, vão me liberar", declarou o candidato.
A projeção da campanha do concorrente do PSL é que ele esteja apto a comparecer aos dois últimos debates antes da votação do segundo turno, da Record e da Globo. O pleito ocorrerá no dia 28 de outubro.
"Eu vou debater com o Haddad ou com o Lula? Quero saber. Ele [Haddad] vai estar com ponto [escuta] diretamente de Curitiba?", ironizou.
Ao saber da notícia, o adversário de Bolsonaro na corrida presidencial, Fernando Haddad (PT), criticou a ausência dele no debate e disse que "irá na enfermaria em que ele estiver" para encontrá-lo.
"Ele ainda tem anemia, que está em recuperação. Ele está evoluindo bem, porém não é o momento ainda de uma liberação completa. Não pode fazer viagens, não pode fazer uma atividade física mais prolongada", afirmou Echenique.
"Ele tem o desejo de participar [de campanhas], mas realmente, neste momento, perante a avaliação que fizemos aqui, consideramos que não é o momento ideal de voltar com as atividades que ele tinha normalmente. Lembrando que faz pouco mais de um mês só, 34 dias, que ele sofreu a facada", declarou o cardiologista.
De acordo ainda com os médicos, o tratamento de Bolsonaro está focado na recuperação de peso e reposição de vitaminas.
Haddad diz que vai até em enfermaria por debate com Bolsonaro
"Esses 15 quilos que ele perdeu são de massa muscular. Ele é um homem magro. Isso tem de ser reposto. Um indivíduo com sarcopenia [perda de massa muscular] fica sujeito à infecção e a problemas clínicos", disse Macedo. "Se ele for submetido a estresse com 15 quilos de perda, ele seguramente terá problemas."
"Ele não corre mais risco de nada, desde que não faça nenhuma insensatez", afirmou Macedo.
A equipe diz acreditar que o candidato estará liberado na próxima semana. "Essa avaliação na próxima quinta será clínica, por toda equipe, associada a exames laboratoriais. Temos plena convicção de que ele estará apto a prosseguir a campanha em todos os aspectos sem nenhuma restrição", afirmou Echenique.
"Houve uma melhora no estado clínico geral. Na parte nutricional também [houve melhora]. Não tem nenhum sinal de infecção, faz uma semana já que ele recebeu a última dose de antibióticos, então ele está tendo uma evolução muito boa. Porém, ainda recomendamos um repouso relativo para ele, para o término dessa recuperação" disse Echenique.
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Bolsonaro ainda se recupera da facada que levou no dia 6 de setembro em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante corpo a corpo com eleitores.
Desde então, o candidato do PSL se submeteu a duas cirurgias: uma na Santa Casa, na cidade mineira, onde foi atendido logo após o ataque, e outra para corrigir obstrução intestinal, já no hospital Albert Einstein, em São Paulo. O candidato ficou ao todo 23 dias internados e recebeu alta no último dia 29.
Segundo Macedo, a partir do dia 12 de dezembro, Bolsonaro poderá retirar a bolsa de colostomia que foi colocada após o ataque.
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