Witzel paga Google para se associar a Bolsonaro, que não o apoia

Gabriel Sabóia e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio

  • Marcello Dias/Estadão Conteúdo

    18.out.2018 - O candidato Wilson Witzel (PSC) no debate da Band

    18.out.2018 - O candidato Wilson Witzel (PSC) no debate da Band

O candidato ao governo do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) pagou anúncio no Google para associar seu nome ao apoio do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que declarou ser neutro no estado. Durante o 1º turno, a Justiça Eleitoral vetou que um candidato fizesse impulsionamento no mecanismo de busca ligado a outra campanha.

Quando se digita só o nome "Bolsonaro" no Google, sem menção ao candidato no Rio, o primeiro anúncio que aparece é o de Wilson Witzel. No link, está escrito: "Bolsonaro apoia Witzel". Só ao se clicar na página é que fica claro que se refere ao senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), e não a seu pai presidenciável.

O ex-juiz candidato pelo PSC pagou R$ 220 mil para o Google para impulsionamento de anúncio --o valor representa cerca de 10% dos gastos de sua campanha.

Reprodução/Google
Witzel relaciona busca por Bolsonaro no Google à sua campanha

Questionado sobre as disputas nos governos no Rio de Janeiro e em São Paulo, o presidenciável Bolsonaro afirmou à Globo: "Nós somos neutros, exceto em estados em que temos candidatos". E completou que essa posição valia para seu estado de origem.

No final da campanha do primeiro turno, Flávio Bolsonaro dividiu palanque com Witzel. Isso ajudou a alavancar sua campanha na reta final, quando saiu da quarta posição nas pesquisas de intenção de votos para a liderança da votação no primeiro turno --o candidato do PSC teve 41,28% dos votos, contra 19,56% de Eduardo Paes (DEM).

As regras da eleição permitem anúncios no Google e no Facebook. Mas, em decisão nesta eleição, a Justiça Eleitoral já vetou que se fizesse impulsionamento do seu nome no mecanismo de busca associado a outro candidato.

O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) vetou anúncio do candidato derrotado ao Senado Jilmar Tatto (PT) que aparecia sempre que se digitava o nome de seu concorrente Ricardo Tripoli (PSDB). O candidato foi condenado a retirar o impulsionamento e pagar multa de R$ 20 mil.

Procurada, a assessoria da campanha de Witzel disse, por meio de nota, que "o anúncio do Google é para quem se interessa pela política". Segundo a equipe do candidato do PSC, Witzel tem o apoio de Flávio Bolsonaro e do deputado federal eleito Helio Bolsonaro (PSL), o mais votado do estado do Rio de Janeiro.

Questionado pelo UOL na noite desta sexta-feira (19), o advogado e presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno, disse que o partido não se envolveria com essa questão nesse momento, apesar de Jair Bolsonaro não apoiar Witzel oficialmente.

A assessoria de imprensa do TRE-RJ não foi localizada para comentar o anúncio de Witzel no Google.

* Colaborou Gustavo Maia, do UOL, no Rio

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos