Na TV, Bolsonaro relembra delações contra o PT, e Haddad resgata Lula

Do UOL, em São Paulo

  • Reuters

Na última semana do segundo turno, os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) trouxeram novas estratégias no programa eleitoral exibido na noite desta segunda-feira (22).

O programa de Bolsonaro elevou o tom dos ataques ao PT e relembrou uma série de escândalos e denúncias de corrupção contra petistas, além de atacar a reportagem da Folha de S. Paulo sobre propaganda ilegal anti-PT no WhatsApp.

Já o de Haddad mostrou pela primeira vez o próprio candidato fazendo uma crítica direta ao adversário e resgatou a figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vinha aparecendo com menos frequência no horário eleitoral no segundo turno.

Bolsonaro: PT é "máquina de mentiras"

O horário eleitoral do PSL começou sem mostrar Bolsonaro, com uma locução chamando o PT de "máquina de mentiras e notícias falsas" e fazendo uma linha do tempo de acusações contra o partido. 

Além de citar os escândalos do mensalão e do petrolão, o programa de Bolsonaro mostrou o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci, em processo da Operação Lava Jato, em que acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ter feito um "pacto de sangue" com a Odebrecht. A defesa de Lula tem dito que Palocci fez acusações falsas e sem provas para garantir um acordo de delação premiada.

Também foi exibido depoimento de Mônica Moura, sócia e mulher do marqueteiro João Santana, em que ela afirma ter havido caixa 2 na campanha de Haddad à Prefeitura de São Paulo em 2012. Em ocasiões anteriores, a assessoria de Haddad negou as acusações e disse que a Odebrecht, suposta financiadora do caixa 2, teve seus interesses contrariados em obras em São Paulo.

Outro alvo foi a reportagem da Folha sobre empresários que apoiam Bolsonaro e pagaram por propaganda contra o PT no WhatsApp, o que é ilegal por ser doação não declarada. O programa do PSL chama a reportagem de "mentira" e "história sem pé nem cabeça".

Bolsonaro aparece depois do vídeo, declarando apoio ao trabalho do juiz Sergio Moro e da Operação Lava Jato. O candidato também promete defender as dez medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal. O projeto está parado no Congresso.

Haddad: "Vem falar da minha família na minha cara"  

Como o de Bolsonaro, o programa de Haddad começou sem mostrar o candidato e com uma série de ataques ao adversário. Uma apresentadora lê um texto que atribui à campanha de Bolsonaro mentiras contra o petista espalhadas pelo WhatsApp, e depois dá lugar a depoimentos em que pessoas chamam o candidato do PSL de "mentiroso".

Em seguida, Bolsonaro é apresentado como representante dos interesses de um "punhado de milionários", e que alguns deles só querem "vender mais armas". O voto de Bolsonaro no impeachment de Dilma Rousseff (PT), em que dá parabéns ao então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ) -- hoje preso na Lava Jato -- também faz parte do trecho.

O programa petista volta a explorar uma série de declarações anteriores de Bolsonaro, como a de que "só tem uma utilidade o pobre no nosso país: votar"; que usava auxílio-moradia para "comer gente"; e falas em defesa do uso de tortura. "Cuidado, qualquer um de nós pode ser alvo. Não podemos dar um salto no escuro", diz a apresentadora.

Só então Haddad aparece, em imagens que também foram usadas no primeiro turno. São registros de uma visita do candidato ao Nordeste, em que fala das "marcas de Lula" na região. Também voltou a ser aproveitado um vídeo em que o ex-presidente elogia a gestão de Haddad como seu ministro da Educação.

Depois, Haddad promete aumento do salário mínimo acima da inflação, reajuste de 20% no Bolsa Família e o preço máximo de R$ 49 para o gás de cozinha em todo o país como suas três primeiras medidas como presidente. O programa termina com o próprio candidato petista atacando Bolsonaro em discurso feito em Fortaleza, no fim de semana, por não comparecer a debates.

"Ele não me enfrenta porque não tem coragem de falar na minha cara o que o WhatsApp dele falou durante uma campanha inteira", discursou. "Vem falar da minha família na minha cara. (...) Soldadinho de araque."

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