Declaração de Haddad sobre Moro foi 'institucional', afirma Gleisi

Katna Baran e Julia Lindner

Em Curitiba e em Brasília

  • Marcio Komesu - 24.set.2018/UOL

    Gleisi visitou o ex-presidente Lula na Superintendência da PF em Curitiba na quinta (18)

    Gleisi visitou o ex-presidente Lula na Superintendência da PF em Curitiba na quinta (18)

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse, na quinta-feira (18), que foi "ampla e institucional" a declaração do candidato do partido à Presidência, Fernando Haddad, de que o juiz Sergio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, "ajudou o País". "O que estamos dizendo sempre é que o juiz Sergio Moro, isso nós nunca tiramos da narrativa, errou no processo e não apresentou até agora provas contra o presidente Lula", afirmou a senadora, após visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão em Curitiba.

Gleisi disse ainda que é, "justamente por ter errado", que Moro é alvo de representação no CNJ (Conselho Nacional de Justiça). "Ele deve explicações com quem ele anda e de como ele fez esse processo", afirmou.

Haddad: trabalho de Moro é positivo, mas há reparos a fazer

Tramita no conselho uma representação do PT contra o magistrado por causa da divulgação da delação do ex-ministro Antonio Palocci. Na resposta ao CNJ, Moro criticou o PT.

Gleisi rebateu. "Quem ofende o direito brasileiro e não respeita o devido processo legal (é o juiz). É um processo (contra Lula) extremamente politizado. O juiz Sérgio Moro, se não quer entrar para a seara da política e receber críticas, não deveria ter politizado o processo eleitoral", disse a senadora.

Para o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), a fala de Haddad sobre Moro demonstra que o partido "reconhece a Justiça de uma forma geral". "Não somos contra o combate à corrupção. Tudo o que Moro está fazendo é com base em medidas que nós aprovamos", afirmou.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), por outro lado, disse que a declaração sobre o juiz foi "um pouco descontextualizada" e que a sigla mantém a avaliação crítica sobre a atuação de Moro. "Temos a mesma opinião, sempre tivemos."

Haddad tem feito uma série de concessões neste segundo turno, e uma delas foi elogiar Moro. "Em geral, ele [Moro] ajudou. Em relação à sentença do Lula, acho que foi um erro que vai ser corrigido pelos tribunais superiores. Em geral, Sérgio Moro fez um bom trabalho", declarou o candidato do PT.

Mudanças

Além de reduzir as visitas a Lula na prisão e tirar o vermelho do material de campanha, Haddad admitiu erros da gestão petista, defendeu mecanismos de controle das estatais e desistiu da ideia da descriminalização das drogas e do aborto. A legalização do aborto era uma das principais pautas defendidas pela vice dele, Manuela D'Ávila (PCdoB).

Haddad registrou novo programa de governo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta semana e excluiu trechos que tratavam da reforma das polícias e da descriminalização das drogas, além da proposta de convocação de uma Assembleia Constituinte.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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