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Minc defende extrativismo para combater desmatamento na Amazônia

Marcello Larcher<br/> Da Agência Câmara

09/10/2008 11h15

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse há pouco que, para conter o desmatamento na Amazônia, o Brasil deve apostar em reservas extrativistas. "Mas um extrativismo sustentável, em que o sujeito não viva na miséria. Por isso conseguimos [assegurar] um preço mínimo para dez produtos florestais, e estamos trabalhando para incentivar uma indústria com base nesses produtos." Minc participa, neste momento, de reunião da Frente Parlamentar Ambientalista que discute propostas para viabilizar a meta de acabar com o desmatamento na Amazônia em sete anos. A meta faz parte do Pacto pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia, formulado em 2007 por nove ONGs.

A borracha natural, o açaí, a castanha de babaçu e o pequi foram os primeiros produtos extrativistas a ter preços fixados pelo Conselho Monetário Nacional, no mês passado. Na próxima reunião, o CMN aprovará os valores mínimos para os óleos de copaíba e andiroba, além da castanha do Pará e da carnaúba.

Carlos Minc disse aos parlamentares que o índice de desmatamento na Amazônia já está caindo. Segundo ele, desde que assumiu o ministério, em maio deste ano, o desmatamento caiu de 1 mil quilômetros por dia para 650. No entanto, o ministro ressaltou que o fim do desmatamento depende de alternativas econômicas e não só de fiscalização. "Fui a uma região da BR 163, apreendemos gado, embargamos cereais, e pensamos que tudo estava resolvido, mas quando voltei à mesma região, toda a ilegalidade estava de volta", disse.

A BR 163 é conhecida como a "estrada da soja", e liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), cortando áreas de floresta.