Procurador diz que MPF deve pedir condenação de Dantas por corrupção ativa
O procurador da República Rodrigo de Grandis disse, ontem (22) à noite, que, apesar de o banqueiro Daniel Dantas ter negado participação na tentativa de suborno a um delegado da Polícia Federal, o Ministério Público Federal deverá pedir a sua condenação, baseando-se nas provas do processo.
"Hoje, as provas todas conduzem pela condenação e pelo crime de corrupção ativa", disse o procurador, acrescentando que esse crime prevê pena de reclusão.
O banqueiro foi ouvido nessa quarta-feira à tarde, por cerca de cinco horas, pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Dantas, Humberto Braz e Hugo Chicaroni são acusados de tentar subornar um delegado da Polícia Federal para tentar retirar o nome do banqueiro das investigações da Operação Satiagraha. Durante a operação, mais de R$ 1 milhão foi encontrado na casa de Hugo Chicaroni, dinheiro que a Polícia Federal acredita que seria do Banco Opportunity e que seria usado para pagar o suborno ao delegado federal.
Humberto Braz também foi ouvido ontem por cerca de três horas. Como os depoimentos (dos dois) se estenderam até as 23h15 da noite, o juiz decidiu transferir para amanhã (24), às 10h, a sessão para ouvir Chicaroni. O depoimento será acompanhado por Dantas e Braz.
"Foram depoimentos extremamente genéricos. Na verdade, eles falaram sobre a estrutura das empresas, o capital, mas pouco acrescentaram sobre os fatos de que são acusados, de corrupção ativa, e nada se explicou sobre o dinheiro do Banco Opportunity que foi encontrado na casa de Hugo Chicaroni", disse o procurador.
Dantas havia sido orientado por seu advogado, Nélio Machado, a permanecer em silêncio durante o depoimento. Mas acabou falando, segundo Machado, "por iniciativa própria".
De acordo com o procurador, Dantas não soube informar ao juiz o valor de seu patrimônio e a quantidade de bens que possui no Brasil e no exterior. Para o advogado do banqueiro, isso pode ser explicado porque Dantas é um homem de vida simples.
"O Daniel Dantas é um homem de vida simples e frugal. Praticamente, ele usou o mesmo terno e a mesma gravata; não freqüenta restaurantes. Talvez ele gaste com a pessoa física dele muito menos do que uma pessoa de classe média alta. E todo o valor que ele tem, do ponto de vista de investimento, ele reaplica em novos investimentos e gera empregos", disse o advogado.
Ao deixar o prédio da Justiça Federal em São Paulo, Nélio Machado reafirmou aos jornalistas que está ocorrendo cerceamento da defesa e que, por isso, pode até pedir a nulidade do julgamento. "Se julgamento houver, nulo será", disse.
O procurador Rodrigo de Grandis disse acreditar que o processo contra o banqueiro estará terminado em poucos dias. "A partir de sexta-feira, ao final do interrogatório, se o juiz considerar que as provas estão encerradas, será dada oportunidade para que as partes se manifestem, oralmente ou por escrito. O juiz é que determinará isso na hora. A partir disso, é prolatada uma sentença e eu acredito que nos próximos dias esse processo estará encerrado", explicou.
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O banqueiro Daniel Dantas, após ser ouvido pelo juiz De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo
O banqueiro foi ouvido nessa quarta-feira à tarde, por cerca de cinco horas, pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Dantas, Humberto Braz e Hugo Chicaroni são acusados de tentar subornar um delegado da Polícia Federal para tentar retirar o nome do banqueiro das investigações da Operação Satiagraha. Durante a operação, mais de R$ 1 milhão foi encontrado na casa de Hugo Chicaroni, dinheiro que a Polícia Federal acredita que seria do Banco Opportunity e que seria usado para pagar o suborno ao delegado federal.
Humberto Braz também foi ouvido ontem por cerca de três horas. Como os depoimentos (dos dois) se estenderam até as 23h15 da noite, o juiz decidiu transferir para amanhã (24), às 10h, a sessão para ouvir Chicaroni. O depoimento será acompanhado por Dantas e Braz.
"Foram depoimentos extremamente genéricos. Na verdade, eles falaram sobre a estrutura das empresas, o capital, mas pouco acrescentaram sobre os fatos de que são acusados, de corrupção ativa, e nada se explicou sobre o dinheiro do Banco Opportunity que foi encontrado na casa de Hugo Chicaroni", disse o procurador.
Dantas havia sido orientado por seu advogado, Nélio Machado, a permanecer em silêncio durante o depoimento. Mas acabou falando, segundo Machado, "por iniciativa própria".
De acordo com o procurador, Dantas não soube informar ao juiz o valor de seu patrimônio e a quantidade de bens que possui no Brasil e no exterior. Para o advogado do banqueiro, isso pode ser explicado porque Dantas é um homem de vida simples.
"O Daniel Dantas é um homem de vida simples e frugal. Praticamente, ele usou o mesmo terno e a mesma gravata; não freqüenta restaurantes. Talvez ele gaste com a pessoa física dele muito menos do que uma pessoa de classe média alta. E todo o valor que ele tem, do ponto de vista de investimento, ele reaplica em novos investimentos e gera empregos", disse o advogado.
Ao deixar o prédio da Justiça Federal em São Paulo, Nélio Machado reafirmou aos jornalistas que está ocorrendo cerceamento da defesa e que, por isso, pode até pedir a nulidade do julgamento. "Se julgamento houver, nulo será", disse.
O procurador Rodrigo de Grandis disse acreditar que o processo contra o banqueiro estará terminado em poucos dias. "A partir de sexta-feira, ao final do interrogatório, se o juiz considerar que as provas estão encerradas, será dada oportunidade para que as partes se manifestem, oralmente ou por escrito. O juiz é que determinará isso na hora. A partir disso, é prolatada uma sentença e eu acredito que nos próximos dias esse processo estará encerrado", explicou.
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