Topo

Comissão aprova projeto que obriga candidato à reeleição a se licenciar

Claudia Andrade<br/> Do UOL Notícias<br/> Em Brasília

05/11/2008 14h48

Os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovaram nesta quarta-feira (05) uma PEC (proposta de emenda à constituição) que obriga ocupantes de cargos do Executivo a se licenciarem se quiserem concorrer à reeleição.

A proposta, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) altera o artigo 14 da Constituição, determinando um período de seis meses de licença antes das eleições. A regra vale para o Presidente da República, governadores e prefeitos e também vices, caso assumam o mandato. O texto ainda será analisado pelo plenário do Senado Federal.

O senador Valter Pereira (PMDB-MS) defendeu seu voto favorável à matéria, dizendo que ela diminuirá a desigualdade entre as candidaturas. "O texto propõe um processo mais isonômico. Digo mais, porque essa isonomia é relativa, uma vez que quem já teve três anos de mandato já tem uma condição muito mais favorável na disputa do que aquele que concorre pela primeira vez".

Esta também foi a defesa feita pelo relator, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), para quem a medida "visa garantir a imparcialidade no processo eleitoral, pela participação dos candidatos em igualdade de condições com outros concorrentes ao posto".

907 municípios do país recebem dinheiro de petróleo

Dos cerca de 5.600 municípios do Brasil, 907 recebem royalties pela exploração de petróleo e gás natural. O Rio de Janeiro é o Estado que mais se beneficia

Contra a reeleição
Para o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), o problema é a própria reeleição, estabelecida também por emenda constitucional, em 1997. "O ideal seria que não tivéssemos na Constituição Federal a reeleição. Mas já que ela existe, e tem sido usada sistematicamente nos Estados e municípios, a proposta evita que os candidatos sejam processados por abusos de poder político e econômico, como tem ocorrido".

Ele defendeu que o assunto seja debatido na reforma política. "Futuramente, quando discutirmos uma reforma política mais consistente, quem sabe a reeleição deixará de existir."