Governador Jaques Wagner rompe com o prefeito João Henrique, em Salvador-BA
Irritado com a aproximação cada vez maior do prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), com lideranças do Democratas, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), anunciou nesta quarta-feira (17) o seu rompimento político com o responsável pela administração da capital baiana.
As declarações feitas por João Henrique durante um almoço com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab teriam sido o fator determinante da decisão de Wagner. Durante o evento, realizado na última segunda-feira (15), em Salvador, com a participação do ex-governador e presidente do DEM na Bahia, Paulo Souto, adversário político de Wagner, o prefeito disse que está disposto a fortalecer o projeto político do PMDB com os Democratas em 2010.
"Prefeito de oposição"
"A partir de agora João Henrique será tratado como prefeito de oposição, mas de forma republicana", confirmou nesta quarta o assessor de comunicação de Wagner, Ernesto Marques. O assessor disse que falava em nome do governador. Jaques Wagner, que está em Costa do Sauípe (litoral norte da Bahia) participando de um encontro com representantes de 33 governos da América Latina e do Caribe. Procurado, o governador informou, por meio de sua assessoria, que não iria fazer qualquer pronunciamento durante o encontro.
Os atritos entre PT e PMDB na Bahia não são de agora. Eles começaram logo após a eleição do Wagner para o governo do Estado, por ocasião da escolha do presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, no início de 2006. Os dois partidos, que estiveram juntos na campanha de Wagner, não chegaram a um consenso para indicar um único candidato à presidência da Casa.
Nos últimos dois anos ocorreram vários desgastes relacionados à participação do PT na administração municipal, que culminaram com a entrega, em abril deste ano, de quatro secretarias que estavam sob a administração petista. O PT, que apoiava a administração João Henrique, deixou a prefeitura para lançar candidato próprio à sucessão municipal.
Eleição acirrou desavenças
Os conflitos ganharam proporções ainda maiores no decorrer da campanha municipal, quando Jaques Wagner entrou com força na campanha do candidato do PT, Walter Pinheiro, apesar de ter o PMDB na sua base política. Atualmente, o partido ocupa duas secretarias - Infra-Estrutura e Indústria, Comércio e Mineração.
Na campanha, João Henrique chamou o governo Wagner de "lento e incompetente" e Wagner disse que o prefeito é "traidor". No segundo turno, a crise entre PT e PMDB aumentou depois que João Henrique Carneiro recebeu o apoio do deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), adversário histórico de Wagner.
Por trás da briga entre Jaques Wagner e o prefeito está o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e a campanha para o governo do Estado em 2010. Durante a campanha municipal, Wagner e Geddel ficaram estremecidos e a relação entre os dois políticos é cercada por altos e baixos.
Geddel afirmou que não pretende ser mais deputado federal e mais recentemente deu a entender que não pretende candidatar-se a uma vaga no Senado. Wagner já deixou claro que sonha com a reeleição. No mês passado, quando o governador estava em viagem oficial ao exterior, o ministro publicou um artigo em um jornal baiano colocando todos os cargos do PMDB à disposição.
Depois, durante a inauguração da TV digital na Bahia, Geddel e Jaques Wagner se reencontraram e conversaram rapidamente. Nesta quarta-feira, também por sua assessoria, o prefeito disse que vai aguardar um posicionamento oficial do governador Jaques Wagner.
O ministro Geddel Vieira Lima e o presidente da executiva estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, também adotaram a mesma posição. Na última segunda-feira, durante a inauguração de um complexo viário nas imediações do Aeroporto Internacional deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, os três estiveram juntos. "Não vejo motivos para o rompimento, mas vou esperar uma posição do governador", disse Lúcio Vieira Lima.
As declarações feitas por João Henrique durante um almoço com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab teriam sido o fator determinante da decisão de Wagner. Durante o evento, realizado na última segunda-feira (15), em Salvador, com a participação do ex-governador e presidente do DEM na Bahia, Paulo Souto, adversário político de Wagner, o prefeito disse que está disposto a fortalecer o projeto político do PMDB com os Democratas em 2010.
"Prefeito de oposição"
"A partir de agora João Henrique será tratado como prefeito de oposição, mas de forma republicana", confirmou nesta quarta o assessor de
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Jaques Wagner (PT) se irritou com a aproximação de...
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...João Henrique Carneiro (PMDB) com lideranças dos Democratas
Os atritos entre PT e PMDB na Bahia não são de agora. Eles começaram logo após a eleição do Wagner para o governo do Estado, por ocasião da escolha do presidente da Assembléia Legislativa da Bahia, no início de 2006. Os dois partidos, que estiveram juntos na campanha de Wagner, não chegaram a um consenso para indicar um único candidato à presidência da Casa.
Nos últimos dois anos ocorreram vários desgastes relacionados à participação do PT na administração municipal, que culminaram com a entrega, em abril deste ano, de quatro secretarias que estavam sob a administração petista. O PT, que apoiava a administração João Henrique, deixou a prefeitura para lançar candidato próprio à sucessão municipal.
Eleição acirrou desavenças
Os conflitos ganharam proporções ainda maiores no decorrer da campanha municipal, quando Jaques Wagner entrou com força na campanha do candidato do PT, Walter Pinheiro, apesar de ter o PMDB na sua base política. Atualmente, o partido ocupa duas secretarias - Infra-Estrutura e Indústria, Comércio e Mineração.
Na campanha, João Henrique chamou o governo Wagner de "lento e incompetente" e Wagner disse que o prefeito é "traidor". No segundo turno, a crise entre PT e PMDB aumentou depois que João Henrique Carneiro recebeu o apoio do deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), adversário histórico de Wagner.
Por trás da briga entre Jaques Wagner e o prefeito está o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e a campanha para o governo do Estado em 2010. Durante a campanha municipal, Wagner e Geddel ficaram estremecidos e a relação entre os dois políticos é cercada por altos e baixos.
Geddel afirmou que não pretende ser mais deputado federal e mais recentemente deu a entender que não pretende candidatar-se a uma vaga no Senado. Wagner já deixou claro que sonha com a reeleição. No mês passado, quando o governador estava em viagem oficial ao exterior, o ministro publicou um artigo em um jornal baiano colocando todos os cargos do PMDB à disposição.
Depois, durante a inauguração da TV digital na Bahia, Geddel e Jaques Wagner se reencontraram e conversaram rapidamente. Nesta quarta-feira, também por sua assessoria, o prefeito disse que vai aguardar um posicionamento oficial do governador Jaques Wagner.
O ministro Geddel Vieira Lima e o presidente da executiva estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, também adotaram a mesma posição. Na última segunda-feira, durante a inauguração de um complexo viário nas imediações do Aeroporto Internacional deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, os três estiveram juntos. "Não vejo motivos para o rompimento, mas vou esperar uma posição do governador", disse Lúcio Vieira Lima.
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