Plano estratégico prevê aumento da presença militar nas fronteiras e na Amazônia
O Plano Estratégico de Defesa Nacional que será lançado esta tarde prevê, entre outras modificações para o setor, o reposicionamento das tropas militares no território brasileiro. Como os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, já haviam antecipado em várias entrevistas, o plano destaca a necessidade de aumentar a presença de unidades militares nas regiões fronteiriças, além de priorizar a vigilância da região amazônica.
Em documento divulgado esta manhã, o Ministério da Defesa alega que a ampliação da presença de unidades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nas fronteiras não significa onipresença das tropas, hipótese considerada inviável dadas às dimensões continentais do território brasileiro.
"O esforço de presença, sobretudo ao longo das fronteiras terrestres e nas partes mais estratégicas do litoral, tem limitações intrínsecas", afirma trecho do plano. "É a mobilidade que permitirá superar o efeito prejudicial de tais limitações."
A proposta do comitê interministerial responsável por elaborar a estratégia é que as unidades militares sejam capazes de agir de forma integrada, monitorando e controlando tanto as fronteiras terrestres quanto as águas jurisdicionais brasileiras, além do espaço aéreo nacional.
A grosso modo, significa dizer que as unidades militares dispostas em locais de difícil acesso ou de interesse estratégico ficariam encarregadas da vigilância, a exemplo do que já ocorre com os pelotões de fronteira. Constatada qualquer ameaça à integridade do território nacional, esses vigias alertariam outras instâncias táticas regionais que se deslocariam para o local.
Para isso, o Plano Estratégico defende que as tropas deverão ser capacitadas a responder rapidamente a qualquer ameaça ou agressão, o que pressupõe mobilidade estratégica e tática, ou seja, capacidade de chegar rapidamente e de organizar a forma de atuar no local onde se identificou uma eventual ameaça.
A fim de cumprir essas determinações, as Forças Armadas deverão atuar de forma unificada. E os principais instrumentos dessa unificação serão o Ministério da Defesa e o Estado-Maior de Defesa, que deverá ser reestruturado como Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Ambas as instâncias assumirão responsabilidades mais abrangentes.
O ministro da Defesa exercerá plenamente todos os poderes de direção das Forças Armadas que a Constituição e as leis não reservarem, expressamente, ao Presidente da República. O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas será chefiado por um oficial-general de último posto, diretamente subordinado ao ministro da Defesa. Caberá ao chefe do Estado-Maior Conjunto construir as iniciativas práticas para unificar estratégica e operacionalmente as três Forças.
Além disso, a Marinha deverá aumentar sua presença na região da foz do Rio Amazonas e nas grandes bacias fluviais dos rios Paraguai-Paraná e Amazonas. O Exército deverá posicionar suas reservas estratégicas na região central do país, de onde elas poderão se deslocar em qualquer direção mais facilmente.
Hoje, reconhece o documento, as principais unidades do Exército estacionam nas regiões Sudeste e Sul; a esquadra da Marinha concentra-se na cidade do Rio de Janeiro e as instalações tecnológicas da Força Aérea estão quase todas localizadas em São José dos Campos (SP). "Sem desconsiderar a necessidade de defender as maiores concentrações demográficas e os maiores centros industriais do país, as preocupações mais agudas de defesa estão, porém, no Norte, no Oeste e no Atlântico Sul".
O Plano Estratégico dedica especial atenção à Amazônia brasileira, "um dos focos de maior interesse para a defesa", exigindo que se avance em um projeto de desenvolvimento sustentável que passe pelo trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença.
"O Brasil será vigilante na reafirmação incondicional de sua soberania sobre a Amazônia brasileira. Não permitirá que organizações ou indivíduos sirvam de instrumentos para interesses estrangeiros - políticos ou econômicos - que queiram enfraquecer a soberania brasileira. Quem cuida da Amazônia brasileira, a serviço da humanidade e de si mesmo, é o Brasil."
Algumas dessas medidas já vinham sendo implementadas ou estudadas antes mesmo que o Plano Estratégico fosse concluído, caso da transferência do Terceiro Batalhão de Aviação do Exército da cidade de Taubaté (SP) para Campo Grande (MS) como forma de fortalecer a vigilância na fronteira Oeste e o anúncio feito por Jobim, em novembro, de que 28 pelotões especiais de fronteira seriam criados em terras indígenas e unidades de conservação entre os anos de 2010 e 2018.
França tenta vender submarino ao Brasil
Às vésperas da visita do presidente Nicolas Sarkozy ao Brasil, na próxima semana, o governo francês tenta incluir a venda de um submarino de propulsão nuclear no pacote de equipamentos militares que será assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O esforço de presença, sobretudo ao longo das fronteiras terrestres e nas partes mais estratégicas do litoral, tem limitações intrínsecas", afirma trecho do plano. "É a mobilidade que permitirá superar o efeito prejudicial de tais limitações."
A proposta do comitê interministerial responsável por elaborar a estratégia é que as unidades militares sejam capazes de agir de forma integrada, monitorando e controlando tanto as fronteiras terrestres quanto as águas jurisdicionais brasileiras, além do espaço aéreo nacional.
A grosso modo, significa dizer que as unidades militares dispostas em locais de difícil acesso ou de interesse estratégico ficariam encarregadas da vigilância, a exemplo do que já ocorre com os pelotões de fronteira. Constatada qualquer ameaça à integridade do território nacional, esses vigias alertariam outras instâncias táticas regionais que se deslocariam para o local.
Para isso, o Plano Estratégico defende que as tropas deverão ser capacitadas a responder rapidamente a qualquer ameaça ou agressão, o que pressupõe mobilidade estratégica e tática, ou seja, capacidade de chegar rapidamente e de organizar a forma de atuar no local onde se identificou uma eventual ameaça.
A fim de cumprir essas determinações, as Forças Armadas deverão atuar de forma unificada. E os principais instrumentos dessa unificação serão o Ministério da Defesa e o Estado-Maior de Defesa, que deverá ser reestruturado como Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Ambas as instâncias assumirão responsabilidades mais abrangentes.
O ministro da Defesa exercerá plenamente todos os poderes de direção das Forças Armadas que a Constituição e as leis não reservarem, expressamente, ao Presidente da República. O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas será chefiado por um oficial-general de último posto, diretamente subordinado ao ministro da Defesa. Caberá ao chefe do Estado-Maior Conjunto construir as iniciativas práticas para unificar estratégica e operacionalmente as três Forças.
Além disso, a Marinha deverá aumentar sua presença na região da foz do Rio Amazonas e nas grandes bacias fluviais dos rios Paraguai-Paraná e Amazonas. O Exército deverá posicionar suas reservas estratégicas na região central do país, de onde elas poderão se deslocar em qualquer direção mais facilmente.
Hoje, reconhece o documento, as principais unidades do Exército estacionam nas regiões Sudeste e Sul; a esquadra da Marinha concentra-se na cidade do Rio de Janeiro e as instalações tecnológicas da Força Aérea estão quase todas localizadas em São José dos Campos (SP). "Sem desconsiderar a necessidade de defender as maiores concentrações demográficas e os maiores centros industriais do país, as preocupações mais agudas de defesa estão, porém, no Norte, no Oeste e no Atlântico Sul".
O Plano Estratégico dedica especial atenção à Amazônia brasileira, "um dos focos de maior interesse para a defesa", exigindo que se avance em um projeto de desenvolvimento sustentável que passe pelo trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença.
"O Brasil será vigilante na reafirmação incondicional de sua soberania sobre a Amazônia brasileira. Não permitirá que organizações ou indivíduos sirvam de instrumentos para interesses estrangeiros - políticos ou econômicos - que queiram enfraquecer a soberania brasileira. Quem cuida da Amazônia brasileira, a serviço da humanidade e de si mesmo, é o Brasil."
Algumas dessas medidas já vinham sendo implementadas ou estudadas antes mesmo que o Plano Estratégico fosse concluído, caso da transferência do Terceiro Batalhão de Aviação do Exército da cidade de Taubaté (SP) para Campo Grande (MS) como forma de fortalecer a vigilância na fronteira Oeste e o anúncio feito por Jobim, em novembro, de que 28 pelotões especiais de fronteira seriam criados em terras indígenas e unidades de conservação entre os anos de 2010 e 2018.
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