Raúl Castro agradece ao Brasil pelo apoio ao fim do embargo econômico
Em visita à Brasília, o presidente cubano Raúl Castro agradeceu ao Brasil pelo apoio ao fim do embargo econômico dos Estados Unidos e pela ajuda humanitária enviada ao país após passagem de furacões neste ano. Na ocasião, Cuba perdeu dois bilhões de dólares, afirmou Castro.
Castro afirmou que o fim do embargo é "urgente há quase 50 anos", pois trata-se de "uma vingança contra um povo que nunca fez nada contra os Estados Unidos". Ele lembrou que a maioria dos habitantes cubanos já nasceram sob as limitações do bloqueio. "Para que fazer isso com um país pequeno?", questionou.
Sobre as expectativas de uma retomada de diálogo com os EUA no governo do democrata Barack Obama, Castro disse estar disposto a conversar "quanto ele [Obama] quiser".
O presidente também reafirmou a confiança no sistema político cubano: "A crise do socialismo será transitória. A diferença [de ideologias políticas] é uma virtude que tem que ser respeitada".
O presidente cubano participou da Cúpula da América Latina e Caribe, realizada na Costa do Sauípe, na Bahia, que contou com a presença de outros chefes de Estado latino-americanos. Ele se mostrou otimista com o fim da Cúpula, considerada mais um passo "no complexo caminho da união dos povos da América Latina e Caribe".
Em discurso, Raúl Castro também declarou seu afeto pelo Brasil, país que chamou de "irmão maior no continente": "Eu vou embora porque tenho receio de me apaixonar pelo Brasil e sua gente".
Raúl também evocou seu irmão e ex-líder cubano Fidel Castro: "Dizem que os discursos do Fidel são longos", disse Raúl. "Sou mais concreto, menos inteligente que ele", disse sobre seu modesto discurso de cerca de 20 minutos.
Estreitando laços
Em discurso na mesma ocasião, o presidente Lula afirmou que sua gestão estreitou muitos laços com a ilha caribenha: "Desde 2002, o comércio bilateral multiplicou por cinco". Lula ainda disse que muitas gerações, inclusive a sua, foram influenciadas pelo exemplo cubano. Ele agradeceu o apoio de Cuba à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, importante para que "os países em desenvolvimento ganhassem um papel mais ativo nas decisões de toda a humanidade".
Para Lula, o único motivo pelo qual os EUA ainda sustentam o embargo sobre o país caribenho são os eleitores cubanos da Flórida, avessos ao regime socialista - um argumento que, na visão do presidente, está enfraquecido. Lula afirmou que os EUA deveriam aprender com o Brasil, que pediu desculpas aos africanos pela escravidão, e fazer o mesmo com Cuba. "Mas nas palavras dos países ricos a desculpa não existe".
Os presidentes discursaram no início de um almoço no Palácio do Itamaraty. Na mesa também estavam, entre outros, o ministro das relações exteriores, Celso Amorim, o presidente do STF, Gilmar Mendes, o ministro da Justiça, Tarso Genro e a cantora Beth Carvalho. Antes, os dois presidentes tiveram reunião fechada no Palácio do Planalto. Castro volta para Cuba hoje à noite.
Castro afirmou que o fim do embargo é "urgente há quase 50 anos", pois trata-se de "uma vingança contra um povo que nunca fez nada contra os Estados Unidos". Ele lembrou que a maioria dos habitantes cubanos já nasceram sob as limitações do bloqueio. "Para que fazer isso com um país pequeno?", questionou.
Leia mais
- Líderes latino-americanos pedem que Obama acabe embargo a Cuba
- América Latina pede mais voz nos organismos financeiros
- Apesar do momento propício, pressão boliviana não influencia no fim do embargo a Cuba, afirma especialista
- Lula diz que embargo a Cuba continua por birra, mas descarta medidas radicais contra EUA
Sobre as expectativas de uma retomada de diálogo com os EUA no governo do democrata Barack Obama, Castro disse estar disposto a conversar "quanto ele [Obama] quiser".
O presidente também reafirmou a confiança no sistema político cubano: "A crise do socialismo será transitória. A diferença [de ideologias políticas] é uma virtude que tem que ser respeitada".
O presidente cubano participou da Cúpula da América Latina e Caribe, realizada na Costa do Sauípe, na Bahia, que contou com a presença de outros chefes de Estado latino-americanos. Ele se mostrou otimista com o fim da Cúpula, considerada mais um passo "no complexo caminho da união dos povos da América Latina e Caribe".
Em discurso, Raúl Castro também declarou seu afeto pelo Brasil, país que chamou de "irmão maior no continente": "Eu vou embora porque tenho receio de me apaixonar pelo Brasil e sua gente".
Raúl também evocou seu irmão e ex-líder cubano Fidel Castro: "Dizem que os discursos do Fidel são longos", disse Raúl. "Sou mais concreto, menos inteligente que ele", disse sobre seu modesto discurso de cerca de 20 minutos.
Estreitando laços
Em discurso na mesma ocasião, o presidente Lula afirmou que sua gestão estreitou muitos laços com a ilha caribenha: "Desde 2002, o comércio bilateral multiplicou por cinco". Lula ainda disse que muitas gerações, inclusive a sua, foram influenciadas pelo exemplo cubano. Ele agradeceu o apoio de Cuba à entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, importante para que "os países em desenvolvimento ganhassem um papel mais ativo nas decisões de toda a humanidade".
Para Lula, o único motivo pelo qual os EUA ainda sustentam o embargo sobre o país caribenho são os eleitores cubanos da Flórida, avessos ao regime socialista - um argumento que, na visão do presidente, está enfraquecido. Lula afirmou que os EUA deveriam aprender com o Brasil, que pediu desculpas aos africanos pela escravidão, e fazer o mesmo com Cuba. "Mas nas palavras dos países ricos a desculpa não existe".
Os presidentes discursaram no início de um almoço no Palácio do Itamaraty. Na mesa também estavam, entre outros, o ministro das relações exteriores, Celso Amorim, o presidente do STF, Gilmar Mendes, o ministro da Justiça, Tarso Genro e a cantora Beth Carvalho. Antes, os dois presidentes tiveram reunião fechada no Palácio do Planalto. Castro volta para Cuba hoje à noite.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.