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Após reunião com bolivianos, governo recua e decide manter termoelétricas funcionando

Piero Locatelli<br/> Do UOL Notícias<br/> Em Brasília (DF)

09/01/2009 21h00

Após uma reunião de quase quatro horas com representantes do governo boliviano, o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, anunciou que o governo federal recuou da decisão tomada na manhã desta sexta (9) de desligar suas usinas termoelétricas. Além de manter em funcionamento quatro delas, outras duas usinas serão ativadas.

Mudança de idéia

"Nós não faremos nada que prejudique a bolívia intencionalmente", disse o ministro durante a manhã, ao anunciar corte na produção de termoelétricas



Mais cedo, o ministro havia adiantado que o bom funcionamento das usinas hidrelétricas, todas com seus reservatórios cheios nessa época do ano, seria motivo suficiente para cortar a produção das termoelétricas e, consequentemente, diminuir os gastos da Petrobras com gás importado da Bolívia.

Os ministros bolivianos do Planejamento, Carlos Villegas, de Hidrocarbonetos, Saul Abalos, e da Defesa, Hector Arce, que convocaram a reunião, saíram satisfeitos. Já o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, saiu sem falar com a imprensa.

Lobão negou que a decisão seja política e não soube precisar quanto a mais isso irá custar para os cofres públicos. Segundo ele, o consumo total deve passar de 19 milhões de metros cúbicos diários para ao menos 23 milhões.

O ministro justificou o recuo com relatórios que teriam sido recebidos por ele durante a reunião e informariam a necessidade do país de comprar mais gás.

Durante o dia, o Ministério de Minas e Energia divulgou que houve a queda de uma torre de luz em Santa Catarina e que a Petrobras teria informado ao ministro que as indústrias teriam necessidade maior de energia. Ainda conforme Lobão, uma das razões seria o fim das férias nas indústrias.

Na próxima quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visita a Bolívia, onde deve se encontrar com o presidente Evo Moralez.