"Estamos em ano de campanha e tem gente inaugurando até maquete", diz Lula
Atualizado às 13h02
Em discurso durante cerimônia de inauguração da usina termoelétrica Euzébio Rocha, em Cubatão (SP), nesta quarta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alfinetou os políticos que em ano de campanha eleitoral, segundo ele, “inauguram até maquetes”. Mais uma vez, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, participou da cerimônia junto com o presidente.
“Estamos em ano de campanha e estamos percebendo que tem gente inaugurando até maquete”, disse Lula, após enaltecer as realizações que teriam ocorrido durante seu mandato.
Embora Lula não tenha citado nomes, a declaração foi feita um dia após o governador de São Paulo e provável candidato tucano à presidência, José Serra, ter anunciado em Santos SP --município vizinho à Cubatão-- o projeto de construção de uma ponte unindo a cidade ao Guarujá (SP). No anúncio, Serra apresentou uma maquete da obra.
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No final do pronunciamento, o presidente comentou as disputas comerciais envolvendo o Brasil e os Estados Unidos, argumentando que, ao sobretaxar produtos norte-americanos, o governo brasileiro não está fazendo uma retaliação, e sim cumprindo uma determinação da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Na segunda-feira (8), o Brasil divulgou a lista de produtos norte-americanos que terão o Imposto de Importação reajustado em resposta ao subsídios que o governo dos EUA aos produtores de algodão. Autorizada pela OMC em novembro passado, a sanção poderá chegar a US$ 591 milhões, e inclui produtos como trigo, o próprio algodão, frutas, produtos de beleza, metanol, medicamentos com paracetamol, leitores do códigos de barras, fones de ouvido, óculos de sol, entre outros.
“Há sete anos o Brasil briga na OMC para que os EUA tirem os subsídios do algodão. Pois bem, o Brasil ganhou, mas os subsídios não foram retirados. Então, a OMC nos permite criarmos dificuldades”, afirmou o presidente.
O Brasil tem direito a uma retaliação de US$ 829 milhões. Os US$ 238 milhões restantes seriam aplicados nos setores de propriedade intelectual e serviços, em forma ainda a ser definida.
Ainda no seu discurso, Lula fez o que ele mesmo chamou de "apelo" ao presidente norte-americano, Barack Obama. “Obama, os Estados Unidos são muito ricos. Se tivessem feito junto com o Brasil o acordo na rodada de Doha, em 2008, não estaríamos brigando, e os produtores africanos estariam vendendo algodão na Europa e nos Estados Unidos”, disse.
“Peço a Obama que coloque as pessoas para negociar rapidamente. Esse é o apelo que faço aqui de Cubatão. Temos que dar chances ao produtor africano”, concluiu.
Ontem (9), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, se reuniu com o secretário de Comércio norte-americano, Gary Locke. Ele afirmou que o Brasil ainda espera uma posição oficial dos EUA. “Uma guerra comercial não interessa ao Brasil, assim como não interessa a ninguém. Estamos prontos a negociar quando formos chamados", disse o ministro.
*Com informações da Reuters
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