Prestes a disputar 2º turno em Alagoas, Lessa é indiciado pela PF
A PF (Polícia Federal) informou nesta quarta-feira (27) que os ex-governadores de Alagoas Ronaldo Lessa (candidato ao governo que disputa o segundo turno pelo PDT) e Manoel Gomes de Barros, além do empresário Zuleido Veras, proprietário da construtora Gautama, foram indiciados pelas acusações de peculato, formação de quadrilha e crime ambiental no Estado.
Segundo a denúncia da PF, os três teriam sido responsáveis pelo superfaturamento em R$ 14 milhões das obras de macrodrenagem no Distrito Industrial de Maceió, no bairro do Tabuleiro do Martins. Além disso, eles ainda teriam praticado crime ambiental na região. A obra seria para evitar os constantes alagamentos no maior pólo industrial da capital alagoana, mas por conta de irregularidades nunca pôde ser concluída.
O inquérito foi concluído na noite desta terça-feira (26) e foi encaminhado hoje ao Ministério Público Federal, que vai analisar o caso e decidir se oferece ou não denúncia à Justiça contra os acusados. O processo será analisado pela 2ª Vara da Justiça Federal em Alagoas.
Os três foram indiciados indiretamente. Eles foram convocados a prestar depoimento na última sexta-feira, mas faltaram à convocação do delegado Felipe Vasconcelos, e sequer mandaram advogados representantes. Por conta disso, o relatório do inquérito não inclui a defesa dos acusados. Eles alegam que não foram notificados oficialmente pela PF - versão que foi contestada pela corporação, que alega ter os intimado por pelo menos duas vezes.
O advogado de defesa do ex-governador Ronaldo Lessa informou que achou o indiciamento “muito estranho” e insinuou motivação política no caso. “Toda essa confusão no auge de uma campanha política, a uma semana da eleição?! Vale lembrar que ele não foi intimado oficialmente para o depoimento. Mesmo assim nós fomos à PF e oferecemos o dia 1º de novembro para ele prestar esclarecimentos, logo após a eleição, mas o delegado indiciou indiretamente, sem sequer ouvi-lo. Parece-me muito estranho”, afirmou.
Sobre as acusações da PF de peculato, formação de quadrilha e crime ambiental, o advogado informou ainda que não tinha conhecimento do teor das denúncias e não poderia dar detalhes. “Ele [Ronaldo Lessa] não sabe nem do que se trata, pois não foi ouvido”, justificou Fragoso.
Em nota oficial divulgada na tarde desta quarta, a executiva nacional do PDT afirmou que a decisão tem “nítidos objetivos políticos” e disse que vai cobrar “enérgicas providências” ao Ministério da Justiça. “O PDT vem de público lamentar que uma instituição respeitada e séria como a Polícia Federal, no Estado de Alagoas, esteja politizando suas ações, aplicando um golpe na candidatura de Ronaldo Lessa e favorecendo o candidato adversário”, diz o texto.
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