Atraso, tumulto e ausência de adversários marcam oficialização de pré-candidatura de Serra

O evento em que o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) oficializou sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo foi marcado pelo atraso do ex-governador, pela ausência dos também pré-candidatos José Aníbal (secretário estadual de energia) e Ricardo Trípoli (deputado federal) e por muito tumulto.

A cerimônia foi realizada no diretório municipal do PSDB – um escritório pequeno no edifício Joelma, no centro da capital paulista –, e estava marcada para começar às 16h. Serra chegou ao local por volta das 17h30. “Estava muito trânsito. Pra vocês terem ideia, demorei, de casa até aqui, 1h05”, justificou Serra, que mora no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital.

Lideranças e militantes tucanos, além de dezenas de profissionais de imprensa, esperavam a chegada de Serra quando o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, brincou com a fama que o ex-governador tem de se atrasar para compromissos públicos: “Começou”, ironizou o tucano, aliado de Serra.

Por conta do atraso de serra, três vereadores que aguardavam o início da cerimônia, deixaram o edifício rumo à Câmara Municipal, que fica a poucos metros de distância, para votar o projeto de lei da Ficha Limpa.

Ao chegar, Serra falou brevemente sobre sua decisão de disputar a prefeitura e leu a carta que entregou à direção municipal do partido. “Nas últimas semanas ocorreram várias manifestações de integrantes do PSDB e mesmo de outros partidos, nossos aliados, no sentido de que eu me apresentasse como pré-candidato. Para mim a política não é uma atividade privada, objeto apenas da vontade e do desejo pessoal, ou fruto de ambição íntima. Encaro a política como atividade pública e coletiva, com propósitos determinados, destinada à produção do bem comum, e à melhoria das condições de vida de toda a coletividade”, diz o texto.

Bruno Covas, que abandonou a pré-candidatura após Serra definir que disputaria as prévias do partido, chegou logo depois da leitura da carta. Ele se reuniu a portas fechadas com Serra e outras lideranças do partido, como Júlio Semeghini, presidente municipal da sigla, Pedro Tobias, presidente estadual do PSDB, e Matarazzo.

Na sequencia, Serra deixou o edifício – que também abriga a sede municipal do PSD do prefeito Gilberto Kassab –, sem falar com a imprensa.

A partir das 19h, os 18 integrantes da Executiva municipal tucana se reúnem para decidir se manterão ou adiarão as prévias da sigla, marcadas para o dia 4. O adiamento é defendido pelas principais lideranças tucanas na capital, além do governador Geraldo Alckmin. Trípoli e Aníbal são contra a alteração da data.