José Serra oficializa entrada na disputa por São Paulo e pede para participar de prévias tucanas
O ex-governador de São Paulo José Serra anunciou oficialmente nesta terça-feira (28) que é pré-candidato à prefeitura da capital paulista. “Eu vim aqui para entregar à executiva municipal a carta pedindo minha inscrição nas prévias desse ano”, disse Serra durante o anúncio oficial.
“São Paulo é a minha cidade, a cidade mais brasileira do país. E também a mais internacional”, afirmou. “Se a direção do partido acolher esse pedido, quero que saibam que eu saberei disputar essa eleição interna e a municipal.”
Em discurso, Serra disse que entra na disputa para atender a um "chamado de minha própria consciência".
Ontem, no microblog Twitter, o tucano já tinha feito o anúncio e defendido a escolha do candidato do PSDB por meio de prévias, que oficialmente estão marcadas para o próximo dia 4. O prazo para inscrições, porém, já expirou. A executiva municipal do PSDB deve decidir hoje se adia as prévias para o dia 11 de março, dando mais tempo a Serra.
Durante o anúncio nesta terça-feira, o ex-governador leu a carta que encaminhou à executiva municipal da legenda. Depois, reuniu-se a portas fechadas com os dirigentes do partido, mas não quis falar com a imprensa. Uma entrevista coletiva deve ser concedida nesta quarta-feira (29), segundo o pré-candidato.
“Sempre fui favorável às prévias para a escolha do candidato a prefeito do PSDB. E delas pretendo agora participar”, afirmou ontem, na sua primeira manifestação pública sobre a disputa eleitoral que ocorre neste ano.
Quatro tucanos estavam inscritos para as prévias, mas dois já desistiram em favor de Serra: o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarrazzo, e o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas. O secretário estadual de Energia, José Aníbal, e o deputado federal Ricardo Tripoli seguem como pré-candidatos.
Segundo a última pesquisa Datafolha, Serra é o nome do PSDB com mais chances de vencer as eleições de outubro na capital. Ele tem 21% das intenções de voto. Entretanto, ele também é dono de um alto índice de rejeição (33% dos eleitores dizem que jamais votariam nele).
Estratégia
A entrada de Serra, que no início do ano afirmou que não disputaria eleições em 2012, muda completamente o cenário político que se desenhava para as disputas municipais de outubro e também a corrida presidencial para 2014.
A aliança na maior cidade do país entre PT e o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, articulada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não deve acontecer. Kassab, que foi vice de Serra quando tucano comandou a prefeitura paulistana entre 2005 e 2006, já declarou apoio ao tucano.
Assim, o PT, que terá o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, como seu candidato, terá que rever seu leque de alianças. Um dos alvos deve ser o PMDB, que pretende lançar o deputado federal Gabriel Chalita. Haddad tem apenas 5% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha.
A possível candidatura de Serra em São Paulo também fortalece as articulações do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB) e do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para 2014. Alckmin deve tentar a reeleição. Aécio, o Planalto.
Desde a derrota para Dilma Rousseff em 2010, Serra nunca escondeu o desejo de tentar concorrer mais uma vez à Presidência da República em 2014 --ele também foi candidato em 2002, quando perdeu para Lula.
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