CPI do Cachoeira quebra sigilos e aceita 51 convocações; governadores ficam de fora
A CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira quebrou nesta quinta-feira (17) sigilos bancários, fiscais e telefônicos de dezenas de envolvidos com o contraventor. A comissão também aprovou 76 requerimentos de convocação de pessoas relacionadas às suspeitas de corrupção - alguns desses pedidos repetem nomes e, por isso, o número final ficou em 51, segundo membros da comissão.
A ideia inicial é de que em elas sejam ouvidas às terças-feiras, sempre em número de duas pessoas.Os requerimentos, votados em bloco, não incluem autoridades citadas no escândalo, como governadores, senadores e deputados. Os membros da comissão discutem se tratarão desse assunto na semana que vem ou apenas em 20 dias.
Entre os alvos estão o ex-diretor da construtora Delta no Centro-Oeste, Claudio Abreu; o ex-araponga e grampeador Idalberto Araújo, conhecido como Dadá, e o contador Geovani Pereira da Silva, entre outros. Todos foram flagrados em conversas com o bicheiro, acusado de organizar uma rede de agentes públicos e privados para sustentar negócios ilegais.
Não foram citados nos requerimentos o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), os deputados goianos Carlos Alberto Leréia (PSDB), Sandes Júnior (PP), entre outros que aparecem em ligações telefônicas e nos inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal.
Por acordo de bastidores, governistas e oposicionistas estão focando as investigações em personagens secundários do escândalo Cachoeira. Enquanto aliados da presidente Dilma Rousseff insistem pela convocação de Perillo, os adversários cogitam chamar Agnelo e Sérgio Cabral (PMDB), governador do Rio, que é amigo do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish. Os integrantes da CPI, contudo, negam o acordo.
Os membros da CPI também pediram informações à Polícia Civil do Distrito Federal sobre a operação Saint-Michel, que levou à prisão de Cláudio Abreu, ex-diretor da construtora Delta, envolvida no escândalo.
Sigilo
Mais cedo, a CPI pediu ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acabe com o sigilo imposto sobre as provas. Por conta do sigilo, apenas os membros da comissão e assessores deles podem chegar aos dados em computadores instalados no Senado. O pedido foi feito por oposicionistas: o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Mendonça Prado (DEM-SE).
A decisão foi tomada em uma sessão administrativa que é realizada por conta dos adiamentos de depoimentos dos procuradores da República, que deverão ocorrer depois de 31 de maio. As operações da PF causaram a prisão de dezenas de pessoas e colocaram Cachoeira e suas relações sob a mira da CPI. Cachoeira está preso desde o final de fevereiro.
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