Após 38 dias de assassinato, polícia divulga retrato falado do acusado de matar jornalista no Maranhão

Depois de 38 dias da morte do jornalista Décio Sá, a Polícia Civil do Maranhão divulgou na tarde desta quinta-feira (31) o retrato falado do acusado do crime. A imagem do assassino foi confeccionada pela PF (Polícia Federal) e pelos peritos do Icrim (Instituto de Criminalística do Maranhão), com  base em informações de testemunhas do crime.

De acordo com a SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), o retrato falado foi enviado para todos os centros de inteligência das secretarias de Segurança e das polícias de todo o Brasil.

O Disque Denúncia oferece R$ 100 mil de recompensa para quem repassar informações que ajudem a polícia a elucidar o crime. As investigações policiais para elucidação do assassinato do jornalista continuam em sigilo e a SSP não divulgou nenhuma informação sobre que linhas de investigações estão sendo seguidas.

No último dia 23, a comissão de delegados que investiga o caso solicitou a prorrogação do prazo para conclusão de inquérito por mais trinta dias. A polícia pediu ajuda da população para quem souber qualquer informação que ajude a descobrir os envolvidos no assassinato do jornalista ligue para o disque denúncia do Maranhão.

O denunciante não precisa se identificar para repassar as informações pelos números (98) 3223-5800 (São Luís) e 0300-313-5800 (cidades do interior). O denunciante receberá um código e por ele conseguirá acompanhar se as informações repassadas à polícia foram procedentes.

A reportagem do UOL entrou em contato com a SSP para saber o porquê da demora em divulgar o retrato falado do acusado de matar Sá, mas até a publicação deste texto não havia obtido resposta.

O caso

O jornalista Décio Sá foi morto a tiros em um bar da orla de São Luís, na noite do dia 23. Ele estava sozinho sentando em uma das cadeiras do estabelecimento, que sempre freqüentava, quando um homem se aproximou e disparou seis vezes, acertando quatro tiros em sua cabeça e dois nas costas. O jornalista morreu no local.

Décio Sá trabalhava no jornal "O Estado do Maranhão" --pertencente à família Sarney-- e escrevia em um blog famoso por informações de bastidores da política no Maranhão. Ele também trabalhou no jornal "O Imparcial" e chegou a ser correspondente da "Folha de S.Paulo" no final dos anos 90. O jornalista deixa mulher e um filho de 8 anos.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, Leonardo Monteiro, disse que Décio relatava constantemente ameaças e disse que costumava dar conselhos ao blogueiro. “Eu sempre dizia a ele que tivesse cuidado, não se expusesse. Ele tinha um blog muito reconhecido aqui no Estado, e que fazia muitas denúncias”, afirmou.

No dia 27, a Justiça do Maranhão decretou a prisão de dois suspeitos da participação no assassinato. Os pedidos de prisão foram feitos pela Polícia Civil, após depoimento e investigações preliminares. Os dois teriam sido citados em ligações feitas ao Disque Denúncia. A SSP não informou se os dois seguem presos ou serão indiciados no crime, já que as investigações ocorrem em segredo de Justiça. Segundo sites de notícias do Maranhão, um dos acusados já foi libertado, embora ainda seja suspeito da morte.