CPI do Cachoeira em Goiás nega convocação de Perillo, mas aprova quebra de sigilos de prefeitos
A Assembleia Legislativa de Goiás negou nesta terça-feira (3) a convocação do governador Marconi Perillo (PSDB) e do jornalista Luiz Carlos Bordoni para serem ouvidos na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga envolvimento de políticos e de empreiteiras com Carlinhos Cachoeira no Estado.
Entretanto, foi autorizada a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB). Os dois teriam firmado e mantido contratos com a empresa Delta Construção na capital. A empresa é investigada por supostas relações com Cachoeira.
Rezende alega que “a Delta era uma empresa idônea, venceu licitações, e fez as obras” durante sua gestão. Ele ainda afirma que pediu para abrir os contratos a fim de verificar possíveis fraudes, que não foram constatadas.
Já Garcia afirma que a Prefeitura de Goiânia suspendeu, em abril deste ano, os 12 contratos que mantinha com a empresa, citada em telefonemas da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, mesmo não vendo irregularidades aparentes nos acordos.
Durante a reunião desta terça-feira ainda foram apresentados requerimentos para a quebra dos sigilos de mais dois integrantes do grupo, o ex-prefeito de Catalão Adib Elias (PMDB) e o atual prefeito da cidade, Velomar Rios (PMDB). O pedido vai ser votado na próxima sessão, na quarta-feira (4).
O presidente da comissão, Helio de Sousa (DEM) justificou que é preciso tirar o foco do governador Perillo e “andar com os trabalhos”. “Temos de lembrar da Delta, que é o verdadeiro objeto de investigação dessa comissão.”
Já o tucano Túlio Isac (PSDB) criticou o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que diz ter recebido dinheiro de empresas ligadas ao esquema de Cachoeira. "Bordoni já viajou com marcianos, já passeou com Jesus Cristo, então, ele não tem muita credibilidade para falar que Marconi [Perillo] tirou dinheiro do freezer.”
Para o deputado Mauro Rubem (PT), a forma como tem agido os governistas prejudica as ações da CPI. "Se não ouvir o Cachoeira, Luiz Carlos Bordoni e o governador, ela [CPI] perde o sentido", afirmou.
Os parlamentares ainda não descartaram a convocação de Cachoeira, mas justificam que “este não é o momento apropriado” para isso.
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