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"Não gasta cinco segundos, não", diz assassino confesso de jornalista no Maranhão

Polícia do Maranhão faz em restaurante reconstituição da morte do jornalista Décio Sá; de pé, Jhonatan de Souza Silva, assassino confesso - Mauro Wagner / SSP/MA
Polícia do Maranhão faz em restaurante reconstituição da morte do jornalista Décio Sá; de pé, Jhonatan de Souza Silva, assassino confesso Imagem: Mauro Wagner / SSP/MA

Aliny Gama e Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

05/07/2012 10h30

O assassino confesso, segundo a polícia, do jornalista Décio Sá, Jhonatan de Sousa Silva, 24, afirmou que o crime ocorreu de forma extremamente rápida, em menos de cinco segundos, e que não houve nenhuma chance de defesa para a vítima.

O relato foi dado durante a reconstituição do crime, na noite da última terça-feira (3). Sá foi morto num bar e restaurante na avenida Litorânea, na orla de São Luís. Segundo a polícia, durante a reconstituição, o assassino demonstrou frieza e sorriu enquanto apontava a arma para o perito que simulava ser o jornalista assassinado.

Silva contou que foi ao banheiro do bar e, na saída, abordou o jornalista, que estava sozinho em uma das mesas tomando cerveja. Silva disse que, ao ser abordado, Décio Sá repetiu por duas vezes a expressão “ei, moço”, tentou se levantar para fugir, mas não teve tempo de escapar do primeiro tiro.

“Talvez ele não chegou [sic] nem a empurrar a mesa, só fez menção. Mas ele ia empurrar e eu atirei nele”, informou o assassino, segundo consta no relato aos peritos, confirmando que atirou na cabeça do jornalista, que não teve nenhuma chance de defesa. “Aí ele caiu pra ‘riba’ [sic] da mesa.”

Após a queda sobre a mesa, Silva relatou também que efetuou mais quatro disparos, que mataram o jornalista na hora.  “Foi ligeiro, moço. Isso é rapidão. É lau, lau, lau, lau. Não gasta cinco segundos, não”, disse, ao contar que chegou a ver se Décio demonstrava algum tipo de reação após os disparos.

Crime violento

  • Reprodução

    Jornalista foi morto em restaurante

A reconstituição

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, 70 agentes das polícias Civil e Militar participaram da reconstituição da morte do jornalista, que começou ainda à tarde e seguiu até às 23h.

Jhonatan Silva, segundo a polícia, participou de toda a reconstituição e refez todos os passos realizados no dia do crime. O relatório com os detalhes da execução será finalizado nos próximos dias pelo Instituto de Criminalística do Maranhão e anexado ao inquérito policial.

Morte e mandantes

O jornalista Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril, por volta das 23 horas, quando estava esperando amigos no bar Estrela do Mar, localizado na avenida Litorânea, na capital maranhense. Dois homens chegaram em uma moto, e um deles deflagrou cinco tiros contra Sá, que morreu na hora.

Após o crime, a dupla fugiu na moto, mas depois abandonou o veículo e fugiu em direção às dunas, andando até a área da Curva do 90. Durante a fuga, o executor deixou o pente da pistola cair no local, e por meio dele foi reconhecida a arma usada para praticar o crime.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, um grupo de empresários que cometiam atos ilícitos se uniu para contratar o pistoleiro. De acordo com a polícia, o grupo fez uma espécie de consórcio para arrecadar R$ 20 mil como parte inicial da contratação de Johnatan, que está detido desde o último dia cinco de junho. 

Os mandantes do assassinato teriam sido: José de Alencar Miranda Carvalho, 72, Gláucio Alencar Pontes Carvalho, 34, Airton Martins Monroe, 24. O assassinato teria custado R$ 100 mil, mas não teria sido pago por falta de dinheiro, e os contratantes estavam envolvidos em tráfico de drogas para arrecadar o valor restante. Nove pessoas acusadas de envolvimento no crime foram presas.