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Eleição para presidente do Senado pode ter mais dois candidatos "independentes"

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

31/01/2013 13h42Atualizada em 31/01/2013 14h14

Os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro Simon (PMDB-RS) ainda podem se inscrever para disputar a presidência do Senado em alternativa à candidatura Renan Calheiros (PMDB-AL), tido como favorito para o posto. A eleição está marcada para as 10h de amanhã (1º).

Depois de três horas de conversa nesta quinta-feira (31), os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) ainda aguardam uma posição do presidente do Senado, o senador José Sarney (PMDB-AP).

Eles esperam que Sarney decida sobre a possibilidade de outros senadores, além dos candidatos, discursarem durante a sessão marcada de amanhã, quando haverá a votação para a nova composição da Mesa Diretora do Senado para os próximos dois anos.

Mais cedo, os mesmos senadores, que se autointitulam “independentes”, consultaram a Mesa Diretora do Senado e foram informados  que apenas os inscritos como candidatos podem falar durante a sessão. Inconformados, eles prepararam um ofício para questionar Sarney sobre o fato. Além dos quatros, os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Eduardo Suplicy (PT-SP) também assinaram o documento. 

“Se tentarem dar o golpe de não deixar os senadores falarem, nós vamos ter outros candidatos”, afirmou Cristovam Buarque. “Se for poder falar, eu serei candidato, sim. Fora isso, não. O senador Pedro Simon nos disse que ele se candidatará se for para falar”, completou. 

Questionado sobre o motivo de quererem discursar, Buarque justifica que não é para constranger o principal oponente deles, Renan Calheiros, mas mostrar à opinião quem representa para eles a “renovação” no parlamento.

Segundo Randolfe e Taques, apenas a partir da resposta de Sarney eles decidirão sobre quais serão os candidatos do grupo independente.
O regimento interno da Casa (artigo 3º e inciso 7º) estabelece que: “nas reuniões preparatórias, não será lícito o uso da palavra, salvo para declaração pertinente à matéria que nelas deva ser tratada”.

De acordo com a Secretaria Geral da Mesa, não há restrição sobre quem poderá falar, apenas restrição ao tema que será usado nas falas dos parlamentares. Como a sessão deverá ser presidida por Sarney, ele poderá, durante a sessão, decidir cortar ou não alguma fala que fuja do tema da eleição da Mesa Diretora. 

“Cabeça de bacalhau”

Ainda hoje, as bancadas dos três maiores partidos do Senado – PMDB, PT e PSDB  – se reunirão separadamente para definir em qual candidato irão apoiar no pleito de amanhã.

“Todos sabem qual é a candidatura [oficial do PMDB]. Parece 'cabeça de bacalhau', mas a candidatura não se apresenta. A candidatura não se oficializa. Acho que querem fazer do debate amanhã um debate afastado da opinião pública. Esta Casa não pode se manifestar, se posicionar distante do que pensam as ruas, o que pensam as pessoas”, avaliou Randolfe Rodrigues sobre a candidatura de Renan Calheiros.

Calheiros  vem sendo alvo de denúncias e era mais cotado do partido dele, o PMDB, para assumir a presidência da Casa e contava com o apoio do Palácio do Planalto e da maior parte dos partidos da base governista, além de algumas siglas da oposição.

Ontem (30), o PSB anunciou que não apoiaria Renan e o PDT tenta fechar o apoio da bancada em torno do nome de Taques.