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Cabral coloca polícia do Rio à disposição da PF para investigar boatos do Bolsa Família

Do UOL, em São Paulo

25/05/2013 16h28

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, anunciou neste sábado (25) que colocou a Polícia Civil do Estado à disposição da PF (Polícia Federal) para investigar a origem dos boatos sobre o fim do Bolsa Família. 

Em nota, Cabral afirma que a onda de boatos que levou "pessoas assustadas a agências da Caixa Econômica Federal foi um ato de terrorismo contra o povo pobre". Cerca de 900 mil beneficiários do programa social anteciparam os saques de R$ 152,3 milhões no fim de semana passado, causando uma confusão em 13 Estados brasileiros.

O comunicado ressalta, ainda, que o Secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, foi orientado para oferecer todo o apoio necessário nas investigações à PF, já que o governador tomou "conhecimento de que as informações falsas sobre a suspensão do pagamento do programa partiram de uma central de telemarketing com sede no Rio de Janeiro".

A PF detectou uma mensagem de voz distribuída por uma central do Rio que citava o fim do Bolsa Família, de acordo com informações do jornal O Globo – agora, a investigação busca quem contratou os serviços da empresa. A corporação, no entanto, não confirma essa tese e diz apenas que continua a investigar o caso. "Até o momento, nenhuma informação será divulgada sobre o caso [do Bolsa Família], que está em andamento", descreve a nota.

O inquérito foi aberto no começo da semana após determinação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O ministro disse, na última sexta-feira (24), que seria "leviano" afirmar que houve articulação política na ação. No começo da semana, a presidente Dilma Rousseff ficou irritada com as declarações do presidente do PT, Rui Falcão, que chegou a classificar o episódio como "terrorismo eleitoral"; e da ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, que acusou a oposição.

A bancada do PSDB contra-atacou e atribuiu "a lambança" provocada pelos rumores ao governo. Para o líder dos tucanos na Câmara, o deputado Carlos Sampaio, a PF precisa investigar se a mudança no pagamento dos beneficiários, feita pela Caixa Econômica Federal na véspera da onda dos rumores, contribuiu para a propagação das informações. O banco admitiu ter alterado o calendário do programa no último dia 17 de maio, liberando de um só vez R$ 2 bilhões nas contas das 13,8 milhões de famílias atendidas.

Em viagem à Etiópia, Dilma preferiu não comentar a investigação da PF, o que seria uma "temeridade", mas negou que a mudança no cronograma de pagamentos poderia ter causado o problema. A presidente comentou que a onda de boatos obrigou o governo a aprimorar o sistema de fiscalização do benefício.

"Podemos tirar [de bom] que vamos estar sempre mais atentos agora para essa possibilidade, porque durante dez anos, nunca houve isso. Agora você vai ter de incorporar aos seus mecanismos, através de auditoria, mais isso [fiscalização]. É muito importante que [o problema] seja transformado num ganho para o programa Bolsa Família", afirmou a presidente, que participa da celebração de 50 anos da União Africana.