Topo

Dilma diz que pactos após manifestações não são fáceis de implantar

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

17/07/2013 12h34Atualizada em 17/07/2013 13h29

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (17) que os cinco pactos propostos por ela após as manifestações que tomaram o país em junho não são fáceis de implantar. “Eu sei que nem todos eles [os pactos] têm um encaminhamento fácil porque temos que enfrentar problemas históricos, antigos e complexos, temos que enfrentar o curto, médio e longo prazos. Vamos trabalhar intensamente para implantar esses cinco pactos.”

Dilma afirmou ainda que, diante dos protestos, “não podemos ficar nem devemos ficar indiferentes, mas ter a humildade de reconhecer que lutar por mais direitos é algo que só honra o nosso país”.  "Tenho  absoluta segurança que os cinco pactos são indispensáveis ao país neste momento", declarou.

A presidente participou, ao lado de diversos ministros, do Seminário Internacional do Desenvolvimento, no Itamaraty, evento que marca os dez anos do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), conhecido também como “Conselhão”.

No último dia 24 de junho, em reunião com prefeitos e governadores, Dilma anunciou cinco pactos em resposta às manifestações: pacto pela responsabilidade fiscal, pacto pela reforma política, pacto pela saúde, pacto pela mobilidade urbana e pacto pela educação. 

Cinco pactos são indispensáveis ao país, afirma Dilma

Apesar do esforço do governo, as propostas de Dilma têm enfrentado dificuldades de avançar no Congresso, sobretudo a que se refere à reforma política. Na semana passada, a Câmara descartou que o plebiscito sobre o assunto pedido por Dilma ocorra a tempo de valer para as eleições de 2014.

Desenvolvimento

A presidente afirmou ainda que “ainda há um longo caminho para o Brasil se tornar um país desenvolvido”. 

“Em nenhum momento esse conselho deixou de reconhecer que avançamos no combate às desigualdades, mas nunca deixou de registrar que ainda há um longo caminho para o Brasil se tornar um país desenvolvido”, disse durante o seu discurso.

Ela destacou os esforços do governo para superar as desigualdades no país e acrescentou que “esse processo de avanço, de superação, não pode, não deve e não será interrompido. Esse processo está sendo mantido e ampliado”.

A presidente criticou o que ela chamou de “posturas pessimistas” em relação à conjuntura econômica do país. “Não estou dizendo que não precisamos melhorar, mas temos a força necessária para fazê-lo. (...) Superamos aquela oposição que tivemos”.

Dilma reconheceu ainda a necessidade de racionalizar e diminuir os impostos no Brasil: “Nessa área, temos perfeita consciência de que há muito ainda a fazer”.

O CDES é composto por representantes do governo e da sociedade civil e realiza quatro reuniões plenárias por ano, com a presença da presidente da República, sobre temas variados. Ao final, o conselho pode elaborar informes, estudos ou pareceres sobre os assuntos debatidos.