Tratado entre Brasil e Itália deve dificultar extradição de Pizzolato
Um acordo assinado entre Brasil e Itália deve dificultar o cumprimento de um pedido de extradição do condenado no mensalão Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, que tem dupla cidadania e fugiu para a Itália para tentar obter um novo julgamento e evitar a prisão.
Isso porque, conforme o tratado, a Itália não é obrigada a extraditar aqueles que têm dupla cidadania. “Quando a pessoa reclamada for nacional do Estado requerido, este não será obrigado a entregá-la”, diz o acordo.
A versão online do jornal italiano "Corriere Della Sera" dá destaque neste sábado (16) à fuga de Pizzolato. A fuga foi confirmada pelo advogado do ex-diretor do BB, Marthius Sávio Cavalcante Lobato.
O jornal também cita o caso do italiano Cesare Battisti --que é acusado de terrorismo e de ter causado a morte de quatro pessoas e ganhou asilo do governo brasileiro--, dizendo que agora é a Itália quem possui um fugitivo do Brasil.
Uma avaliação que está sendo feita no Brasil é que, após o episódio Battisti, o governo teria que contar com muita boa vontade da Itália para conseguir a extradição de Pizzolato, já que, depois de manter Battisti no Brasil, o governo brasileiro abriu uma crise com a Itália.
Condenado a 12 anos e sete meses de prisão no escândalo do mensalão, Pizzolato fugiu para a Itália aproveitando a dupla cidadania, onde pretende apelar para um novo julgamento. É o que diz uma carta divulgada hoje pelo seu advogado.
"Por não vislumbrar a mínima chance de ter um julgamento afastado de motivações político eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial, como está consagrado no tratado de extradição Brasil e Itália", diz trecho da carta deixada por Pizzolato.
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